Depoimento de Vaccari é adiado para as 13h na CPI dos Fundos de Pensão

Publicado em 03/02/2016 - 11:42 Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, presta depoimento na CPI da Petrobrás, na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto prestará depoimento às 13h na CPI dos Fundos de PensãoMarcelo Camargo/Agência Brasil

Problemas no voo que partiria na manhã de hoje (3) de Curitiba adiaram para as 13h o depoimento do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão. Um nevoeiro impediu a decolagem do avião. Vaccari, que está preso em Curitiba como réu da Operação Lava Jato, foi um dos primeiros convocados pela comissão em funcionamento desde agosto do ano passado.

Não há expectativa de que ele responda às perguntas do colegiado. Ontem (2), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o ex-tesoureiro a ficar em silêncio durante a sessão de hoje, podendo se negar a responder perguntas que possam o incriminar. João Vaccari Neto deve permanecer durante todo o depoimento ao lado de seu advogado Luiz Flávio Borges D’Urso, que já tinha antecipado que o ex-tesoureiro não falaria na CPI.

O ex-tesoureiro foi citado em delação premiada de Carlos Alberto Costa, assessor do doleiro Alberto Youssef. Segundo Costa, Vaccari integra o grupo político do sindicato dos bancários que interferia em decisões de investimentos dos fundos. Vaccari ocupou cargos de diretoria na Petros (Petrobras) por anos. No requerimento de convocação, as deputadas Hissa Abrahão (PPS-AM) e Carmem Zanoto (PPS-SC) ainda destacaram que a Petros tem mais de 150 mil participantes e é responsável por um patrimônio de R$ 66 bilhões e afirmam que o governo aparelhou os órgãos de governança corporativa do fundo para direcionar investimentos de acordo com interesses de agentes externos.

Outro depoimento previsto para hoje – do diretor de investimentos da Petros, Lício da Costa Raimundo – será remarcado pelo colegiado. O economista sofreu um pré-infarto ontem (2) e apresentou um atestado médico no início da manhã.

Convocações

A convocação do chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Jaques Wagner, será decidida no dia 16. O requerimento para ouvir o ministro foi apresentado pelo DEM e pelo PPS. Os partidos pedem explicações sobre a suposta troca de mensagens entre o ministro e o ex-presidente da construtora OAS Leo Pinheiro. As mensagens que vazaram para a imprensa indicam que Jaques Wagner pode ter intermediado negócios entre a OAS e os fundos de pensão de empresas públicas. “Hoje, com o quórum de primeira semana de trabalhos, seria arriscado colocar esse requerimento para ser votado”, disse Efraim Filho (DEM-PB), presidente da CPI.

Sem confirmar se vai pedir a prorrogação por 60 dias, Efraim Filho lembrou que a comissão tem até dia 19 de março para concluir os trabalhos, mas admitiu que no início do próximo mês “vai avaliar a necessidade de prorrogar” as atividades. Pelos prazos regimentais, o relator deputado Sergio Souza (PMDB-PR) deve entregar o parecer final uma semana antes do prazo final.

O único requerimento que ainda pode ser votado hoje é o de convocação dos presidentes dos fundos de pensão que estão sendo investigados – Antonio Carlos Conquista (Postalis - Correios), Carlos Alberto Caser (Funcef - Caixa Econômica), Henrique Jäger (Petros – Petrobras) e Gueitiro Matsuo Genso (Previ - Banco do Brasil).

Edição: Talita Cavalcante

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