Paródia lançada pelo Solidariedade aumenta tensões no plenário

Publicado em 17/04/2016 - 16:52 Por Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Uma provocação feita pelo presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), elevou ainda mais a temperatura no plenário da Câmara, que, neste momento, tem os encaminhamentos de bancada sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Paulinho pediu para que os parlamentares se levantassem e conclamou a população que está acompanhando a sessão em casa ou nos telões instalados nas ruas do país, para cantar, no ritmo de “Pra não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, junto com ele: “Dilma vai embora que o Brasil não quer você. E leve o Lula junto e os vagabundos do PT”.

A manifestação foi recebida com tumulto, gritos de governistas que criticaram a provocação e risadas e aplausos dos deputados pró-impeachment. O Solidariedade é unanimemente favorável ao impechament e foi o primeiro partido a defender o afastamento de Dilma, lembrou Paulinho.

A legenda tem sido a autora da maior parte dos movimentos políticos em tom satírico como o que, recentemente, levou faixas com os dizeres #tchauquerida para frente do Palácio do Planalto.

A frase foi usada hoje (17) por Genecias Noronha (CE) que é líder do partido na Câmara, no encerramento de seu discurso. Noronha ainda afirmou que há claras provas de que houve crime de responsabilidade e faltam argumentos ao outro lado.

“Os defensores do governo, por falta de argumento, continuam a lorota do golpe. Não há golpe nenhum e vai, sim, ter julgamento justo e eu voto sim pelo impeachment. Golpe é o que a presidente Dilma praticou quando enganou a todos, vendendo um país fortalecido, quando não passava de uma peça publicitária fantasiosa”, disse.

Pelo PTB, o deputado Arnaldo Faria de Sá (SP) reforçou as acusações contra o governo Dilma e lembrou que a população está esperando uma resposta hoje (17) do Congresso Nacional. O parlamentar destacou que a Avenida Paulista, uma das maiores da capital São Paulo, está tomada por manifestantes. “Não temos alternativa, vamos acabar com a crise política”, afirmou.

Sá ainda atacou o governo que, segundo ele, traiu os eleitores ao prometer que não mexeria em direitos trabalhistas, e não cumprir. Sá lembrou que, o presidente do PTB, Roberto Jefferson foi peça chave nas investigações sobre o mensalão e afirmou que agora, com a relatoria do processo feita por Jovair Arantes (GO), a legenda volta a contribuir para investigações. “Nós daremos a resposta que a população espera. Podem dizer o que quiserem dizer, o Congresso Nacional vale muito e vai dar a resposta”, disse.

Em direção oposta, o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), destacou que o Brasil é um pais diverso que sempre conseguiu superar momentos difíceis e citou confrontos como a Revolta dos Alfaiates, revoluções das Farroupilhas, Guerra do Paraguai até as Diretas Já.

“Em 5 de outubro de 1988, em seu discurso na Constituinte, Ulysses Guimarães disse que esta Carta [Constituição] não era perfeita, tanto que admitia reformas, ser melhorada, mas dizia ao povo brasileiro e aos congressistas para a ela respeitar sempre. Discordar podemos, mas rasgá-la e traí-la jamais”, lembrou.

Rocha ainda afirmou que o resultado da votação hoje não terá vencedores e vencidos, “porque todos nós já perdemos ao não ter a capacidade de cumprir essa constituição à risca”, completou, ao citar problemas de qualidade educacional e distribuição de renda.

O parlamentar ainda lembrou que a legenda terá candidatura própria em 2018, com Ciro Gomes como candidato à Presidência, como a contribuição do PDT para o país. “Temos quadro suficiente e história para contar e enquanto esperamos o dia da luta iremos defender a Constituição. Com isto, o PDT vai votar contra o impeachment”, afirmou.

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Edição: Maria Claudia

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