Polícia Federal indicia 19 pessoas na 6ª fase da Operação Zelotes

Publicado em 16/05/2016 - 13:40 Por Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira (16) que enviou à 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal o relatório final de um inquérito da Operação Zelotes. O relatório foi encaminhado na sexta-feira (13), mas a informação só foi divulgada hoje (16), no site da PF.

De acordo com o texto, o relatório trata da 6ª fase da operação e 19 pessoas foram indiciadas “entre conselheiros e ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), advogados e membros da diretoria responsável da empresa investigada por sonegação". Os investigados foram indiciados, entre outros crimes, por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Segundo a assessoria da corporação, não serão divulgados os nomes das pessoas indiciadas.

Segundo a PF, mesmo com o envio do relatório de 176 páginas, ainda estão sendo analisados materiais apreendidos durante as buscas. A análise pode resultar em outras investigações e até mesmo novos indiciamentos.

A 6ª fase da Operação Zelotes foi deflagrada em fevereiro deste ano. Um dos alvos desta etapa foi o grupo Gerdau. A suspeita é que o grupo tenha atuado no Carf para evitar o pagamento de multas que chegam a R$ 1,5 bilhão. A 6ª fase realizou ações no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e no Distrito Federal. A Zelotes investiga fraudes em julgamentos no Carf, ligado ao Ministério da Fazenda.

A Gerdau enviou um esclarecimento sobre o tema. A empresa disse que ainda não teve acesso ao relatório da PF mas que recebeu a notícia de indiciamento de seus executivos com surpresa.

“A Gerdau esclarece que, embora até o presente momento não tenha tido acesso ao relatório final recentemente elaborado pela Polícia Federal, recebeu com imensa surpresa e repúdio a informação de que executivos da companhia, entre os quais seu diretor-presidente (CEO), estariam entre os indiciados, na medida em que nenhum deles jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a funcionários públicos para que recursos em trâmite no CARF fossem ilegalmente julgados em seu favor, até mesmo porque estes ainda se encontram pendentes de julgamento”, diz o texto.

A nota informa ainda que a empresa possui “rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos” e reforçou que a empresa está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos “que vierem a ser solicitados”.

 

Texto atualizado às 11h56 do dia de 17.05.2016

Edição: Maria Claudia

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