Candidato à reeleição no Recife, Geraldo Júlio quer aumentar fontes de receita

Publicado em 25/10/2016 - 16:57 Por Sumaia Villela - Correspondente da Agência Brasil - Recife

O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), disputa a reeleição

O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), disputa a reeleição José Cruz/Arquivo/Agência Brasil

O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), tenta a reeleição e disputa o cargo, no segundo turno, com o ex-prefeito por dois mandatos, João Paulo (PT). No primeiro turno, Geraldo Júlio conquistou 49,34% dos votos válidos, e João Paulo ficou com 23,76%.

Em entrevista concedida à Agência Brasil por e-mail, o candidato à reeleição diz que, se vencer o segundo turno, buscará ampliar duas fontes de receitas do município – os recursos federais e as operações de crédito. Geraldo Júlio também fala das prioridades na área de saúde, como a ampliação das equipes do Programa Saúde da Família e do combate à proliferação de doenças causadas pelo Aedes aegypti.

Agência Brasil: O cenário nacional é de queda de repasse federal de recursos para municípios e estados e menos arrecadação de impostos. Como está a situação do Recife e qual a estratégia para um eventual segundo mandato?

Geraldo Júlio: Com a economia em baixa, foi preciso otimizar o que estava disponível. Conseguimos com isso elevar o patamar de investimentos de 6% para 12% da receita corrente líquida, administrando as despesas de custeio. Para obter estes resultados, criamos a Controladoria-Geral do Município, para coordenar a qualidade do gasto público e garantir transparência das contas. Vamos prosseguir nesse trabalho, atuando para ampliar duas fontes de receitas que estamos em busca desde o início da atual gestão: recursos federais e operações de crédito.

Agência Brasil: Hoje existe um déficit habitacional de cerca de 60 mil residências no Recife, de acordo com a ONG Habitat para a Humanidade. Enquanto isso, obras de habitacionais populares estão paradas. Como está a situação dessas obras e como o senhor pretende lidar com o déficit?

Geraldo Júlio: As pessoas eram removidas para residências sem instalações e equipamentos que permitissem o uso adequado. Os contratos foram revistos para disponibilizar emassamento, pintura, forro e cerâmica nas áreas molhadas. Os espaços comuns foram qualificados como áreas de encontro e lazer. Já foram entregues dez conjuntos habitacionais com esse padrão e mais dois serão concluídos até o final do ano. Esse processo será multiplicado na próxima gestão.

Agência Brasil: O Cais Estelita e o Projeto Novo Recife abriram um debate sobre a verticalização da cidade e o adensamento populacional por meio de arranha-céus voltados a uma classe com alto poder aquisitivo. Esse e outros projetos são questionados na Justiça, e o movimento Direitos Urbanos critica a prefeitura por supostamente favorecer esses empreendimentos em detrimento do planejamento urbano. Como o senhor lida com essa crítica? Por que o Novo Recife é interessante para a cidade?

Geraldo Júlio: Na gestão anterior, havia sido aprovado um projeto na área do Cais José Estelita que não atendia à necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para a cidade. Era preciso rever a legislação que não contemplava a relação do empreendimento com a região. A partir do debate promovido pela prefeitura foi possível construir a legislação urbanística de que o Recife dispõe hoje. Priorizando os espaços públicos, resgatando a relação com a borda d’água em um parque linear, reduzindo alturas na parte histórica, eliminando muros e determinando uso misto, com comércio, serviços e moradias. Orientado por nova norma, um novo projeto precisou ser apresentado. Opiniões diversas são naturais e positivas, mas aquelas mais radicais não representam o pensamento da maioria da sociedade, que deseja a revitalização dessa região que se encontra abandonada.

Agência Brasil: O Recife tem 56,13% de cobertura da população por equipes de Saúde da Família, de acordo com dados do Ministério da Saúde de agosto deste ano. Esse percentual é menor que o de Pernambuco (77,10%), do Nordeste (79,81%) e do Brasil (63,41%). Como avançar na saúde básica?

A conclusão da rede de equipamentos como o Hospital da Mulher, as Upinhas e as UPA-Especialidades está sendo articulada com a adequação das demais unidades básicas de saúde a um padrão de qualidade necessário. Já foram requalificadas mais de 100 unidades de saúde na atual gestão. Serão ampliadas as equipes de Saúde da Família e saúde bucal, além do fortalecimento das ações da vigilância em saúde, com especial atenção às iniciativas preventivas de combate à proliferação de doenças causadas pelo Aedes aegypti.

Edição: Juliana Andrade

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