Vice-presidente do TSE diz que ataques contra candidatos são "intoleráveis"

Luiz Fux prometeu investigação rigorosa e punição severa para crimes

Publicado em 01/10/2016 - 13:05 Por Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Brasília - O vice-presidente do TSE, ministro Luiz Fux, fala durante o ciclo de palestras Eleições 2016: Inovações e Desafios (Elza Fiuza/Agência Brasil)

Brasília - O vice-presidente do TSE, ministro Luiz Fux, promete investigação rigorosa e punição severa para crimes cometidos durante as campanhas eleitorais -Elza Fiuza/Agência Brasil

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse hoje (1º), no Rio de Janeiro, que ataques a candidatos nessas eleições “são intoleráveis” e prometeu investigação rigorosa, além de punição severa, para os crimes cometidos durante as campanhas. Amanhã (2), a população vai às urnas no primeiro turno de votação.

“Esses atos serão considerados absolutamente intoleráveis, nós vamos até o final para apurar o que está por detrás dessa pretensão e todos os responsáveis podem ficar absolutamente cientes de que esses atos não são influentes nos resultados das eleições mas, sem prejuízo, serão exemplarmente punidos”. Ele fez a afirmação ao ser perguntado sobre os assassinatos no Rio e, mais recentemente, sobre o atentado contra o candidato à prefeitura do município goiano de Itumbiara.

Na quinta-feira (29) o candidato à prefeitura de Itumbiara José Gomes da Rocha (PTB) foi morto a tiros, durante carreata. O vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB) e um policial militar que fazia a segurança do vice também foram baleados, mas sobreviveram. No Rio, na segunda-feira (26), o candidato a vereador, Marcos Falcon, presidente da Portela, foi assassinado com vários tiros dentro do comitê de campanha.

Durante a semana, uma onda de violência em cidades do Maranhão, que podem estar ligadas ao processo eleitoral, também acendeu o alerta do TSE que enviou para lá tropas militares.

De acordo com Fux, os episódios de violência são “anômalos”, dentro de um contexto de eleições democráticas e limpas. Para contê-los, lembrou que 25 mil militares das Forças Armadas foram distribuídos pelo país. “Talvez, pela primeira vez, tenhamos concedido tantas requisições de forças federais”, afirmou. “Inclusive, em casos em que os governadores não queriam manifestar, explicitamente, se pretendiam solicitar [ajuda]”.

O tribunal enviou reforço de tropas para 315 municípios de 14 estados, sendo que o Rio de Janeiro, com 16 candidatos assassinados durante campanhas, receberá o maior efetivo, 6,5 mil homens. Os militares vão atuar em 11 localidades: a capital, Magé, Campos dos Goytazes e Macaé, no norte fluminense, Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Queimados e Japeri, na Baixada Fluminense, além de São Gonçalo.

Luiz Fux participou do sorteio de urnas eletrônicas que serão testadas amanhã, durante a votação, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no centro do Rio. Foram escolhidos equipamentos de zona eleitorais de Bangu, na zona oeste, do Maracanã, de Cascadura e de Parada de Lucas, na zona norte da capital, além de Nova Iguaçu, na Baixada, que serão levados para o teste no TRE, com a presença de auditores, fiscais de partidos e do Ministério Público.

A presidente da Comissão de Votação Paralela do TRE-RJ, juíza Keyla Blank de Cnop, explicou que os fiscais vão conferir se os votos dados nessas urnas, em separado, por funcionários do TRE, batem com os números digitados. “É uma votação fictícia, uma auditoria, para ver se essa urna expressará os votos corretamente, o que sempre aconteceu”, disse.

Edição: Graça Adjuto

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