Deputados divergem sobre resultado de votação de denúncia contra Temer

Publicado em 02/08/2017 - 23:22 Por Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O resultado da votação sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados foi analisado de forma distinta por governistas e oposicionistas, antes mesmo de o placar final ser anunciado.

Para o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), o governo mostrou poder de negociação e deve ganhar cada vez mais apoio dos congressistas a partir de agora. “Um governo que fez tanto nesses 15 meses e, principalmente sofreu uma ação pesada nos últimos 75 dias, é um governo que tem um poder de negociação tranquilo com os partidos da base”, disse.

Sobre a chegada de uma segunda denúncia por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Perondi acredita que ela poderá ser “fraca”. “Ele não tem base para enquadrar esse homem honrado. O Janot não tem base e prova para enquadrar o homem honrado e íntegro que é o Michel Temer. E se vier, nós vamos derrubar”, disse.

Sobre as dissidências na base, Perondi disse que o governo saberá entender os que votaram contra ele e terá paciência para conversar com esses deputados. Com relação ao PSDB, especificamente, o deputado lembrou que o partido possui quatro ministros no governo e disse ter certeza de que os tucanos continuarão apoiando a agenda do governo Temer.

O deputado governista não quis, no entanto, comentar o número de votos para cada lado. Segundo ele, quem tinha o dever de garantir 342 votos para o acatamento da denúncia era a oposição e o governo fez a parte dele ficando acima dos 172 votos necessários para rejeitá-la. “A oposição só deu tiro no pé”, disse.

Oposição

Para a oposição, no entanto, a contabilidade é diferente. O líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que, no início do governo Temer, os oposicionistas somavam apenas 100 votos e hoje mais de 200 deputados votaram contra o presidente. “Nós dobramos a marca”.

Na opinião dele, a vitória do governo foi “pífia” porque não ela não terá número suficiente para aprovar emendas constitucionais como a da reforma da Previdência. “É uma vitória de pirro do governo. O governo ganhou, mas não leva. Perde força, perde credibilidade e perde na governabilidade, que era a única coisa que sustentava o governo Temer”, disse.

Guimarães ressaltou ainda que os partidos de esquerda consolidaram um novo bloco na Casa a partir das articulações para a votação de hoje. “Os partidos de esquerda, os partidos de oposição, pela atuação que tivemos nas últimas 48h, a oposição não sai derrotada. Ela sai forte, sai unida para os próximos enfrentamentos”.

Para o deputado, há uma nova composição política da Câmara a partir da forma como votaram partidos como o PSDB, o PSB, o PHS e outros.

 

 

Edição: Fábio Massalli

Últimas notícias