Defesa de Temer pede ao STF suspensão de eventual denúncia contra o presidente

Publicado em 06/09/2017 - 19:59 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A defesa do presidente Michel Temer pediu há pouco ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de uma eventual denúncia contra ele a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na petição, os advogados também requerem a suspensão de eventuais pedidos de investigação sobre o presidente.

Na avaliação do advogado Antônio Claudio Mariz, representante de Temer, as suspeitas de que o ex-procurador da República Marcelo Miller teria beneficiado os delatores da JBS, fato que motivou abertura de processo de revisão da delação, justifica cautela no prosseguimento das investigações.

A defesa também sustenta que é preciso ainda aguardar o julgamento do pedido de suspeição de Janot feito pelo plenário da Corte.

“A atuação do procurador-geral da República está, pois, amplamente comprometida, na medida em que os gravíssimos fatos por ele narrados e fartamente noticiados, conforme exposto alhures e na arguição de suspeição, têm importantes reflexos não só nos direitos do senhor presidente, que está sendo vítima de torpe, infame e fantasiosa acusação, mas à própria nação, que assiste estarrecida ao abalo de suas instituições em face de eventos marcados pela ilegalidade e pela ilicitude que maculam e deslegitimam a atividade persecutória do Estado”, diz a defesa.

No pedido de suspeição, o advogado Antonio Mariz acusa Rodrigo Janot de parcialidade nas investigações. Na ação, a defesa de Temer também cita uma palestra na qual Janot disse que "enquanto houver bambu, lá vai flecha", fazendo referência ao processo de investigação contra o presidente. “Parece pouco interessar ao procurador se o alvo a ser atingido, além da pessoa física de Michel Temer, é a instituição Presidência da República; as instituições republicanas; a sociedade brasileira ou a nação”, diz o documento.

Na quarta-feira (30), ao negar pedido de suspeição de Janot, o ministro Edson Fachin entendeu que não houve indícios de parcialidade do procurador durante as investigações.

Edição: Juliana Andrade

Últimas notícias