Juiz dá 24 horas para presídio esclarecer condições de atendimento a Maluf

Deputado está na Papuda para cumprir pena definitiva de sete anos e

Publicado em 08/01/2018 - 19:46 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O juiz Bruno Aielo Macacari, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, pediu hoje (8) à equipe médica do presídio da Papuda esclarecimentos sobre as condições para atendimento de saúde ao deputado Paulo Maluf (PP-SP), preso para cumprir pena definitiva de sete anos e nove meses por lavagem de dinheiro, definida no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com base nas informações enviadas pelo presídio, Macacari decidirá se Maluf vai continuar preso ou poderá cumprir prisão domiciliar. A defesa do deputado, de 86 anos, alega que ele deve cumprir prisão domiciliar porque sofre de câncer de próstata, problemas cardíacos e na coluna, além de hérnia de disco.

São Paulo - O deputado federal Paulo Maluf participa de evento na Associação Comercial de São Paulo sobre perspectivas e investimentos para 2016 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Deputado federal Paulo MalufRovena Rosa/Arquivo/Agência Brasil

A decisão foi tomada pelo juiz após receber 32 novos questionamentos elaborados pelos advogados do parlamentar ao Instituto Médico Legal (IML) de Brasília sobre o quadro de saúde de Maluf. O magistrado concedeu prazo de 24 horas para que os médicos responsáveis pelo presídio respondam aos questionamentos que “não foram satisfatoriamente esclarecidos”.

Maluf foi condenado por receber propina em contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi cerca de R$ 800 milhões.

As investigações se arrastaram por mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância da Justiça. Os procuradores do Ministério Público estimaram em US$ 170 milhões a movimentação total de recursos ilícitos. O Supremo assumiu o caso após a eleição de Maluf como deputado federal.

Edição: Luana Lourenço

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