Eleitores fazem fila no DF para justificar ausência no 2º turno

Publicado em 28/10/2018 - 13:10 Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A estudante Mariana Cofferri, 25 anos, trocou o município de Primavera do Leste (MT) pela capital federal há sete anos. No primeiro turno das eleições deste ano, conseguiu retornar à sua cidade natal e votar, mas, neste segundo turno, precisou justificar a ausência do voto. Acompanhada da irmã, ela não esconde a tristeza em não poder ir às urnas novamente.

“Fiquei chateada. Gostaria muito de ter votado. O voto é imprescindível, é necessário, pra gente viver a democracia no nosso país. Infelizmente, não consegui, por uma questão de passagens e de horário. Mas vim justificar pra me manter em dia com a Justiça Eleitoral”, explicou.

O militar Wilson da Silveira, 26 anos, também precisou justificar a ausência de domicílio eleitoral e, assim como Mariana, garante que preferia ter votado. Natural do Rio de Janeiro, ele mora em Brasília com a esposa desde fevereiro deste ano, quando foi transferido pela Marinha. “Queria ter votado. A gente tem que exercer esse direito. É a democracia”, disse. Já a esposa, Rosiane Conceição, 25 anos, conta que ficou aliviada em não poder votar neste segundo turno. “Não sei em quem votaria”, admitiu. O plano do casal para os próximos pleitos é transferir o domicílio eleitoral e não precisar mais justificar a ausência de voto.

A aposentada Ivone Jannuzzi, 68 anos, também relata alívio em não poder votar neste segundo turno. “Foi bom não precisar votar. Está tudo muito complicado”, resumiu, em poucas palavras, o cenário eleitoral brasileiro. Natural de Curitiba, Ivone já fez da capital federal sua residência em diversos momentos. “Coisas da vida”, disse, acompanhada do neto e da filha. Em meio a tantas idas e vindas, ela conta que transferir o domicilio eleitoral para Brasília não está nos planos. “Vou deixar lá mesmo. Até porque já não estou mais com idade paro voto obrigatório”, explicou.

Raimunda das Graças, 68 anos, é de Belém, mas trabalha em Brasília há dois meses, quando foi readmitida como servidora pública. Apesar de já não ter mais idade para o voto obrigatório, como Ivone, Raimunda diz que preferia ter votado a justificar a ausência. “Gostaria de ter votado. Estava em dúvida sobre qual candidato votar. Mas, se pudesse votar, já sei em quem seria”, contou. “Realmente, está tudo muito complicado, muito difícil, devido à situação atual que estamos atravessando no Brasil. Fica muita insegurança. Mas, se estivesse em Belém, teria votado. Pra fazer valer meu papel como cidadã”, concluiu.

Edição: Graça Adjuto

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