Doria reúne Comitê de Segurança Pública no segundo dia de governo

Publicado em 03/01/2019 - 17:57 Por Camila Maciel e Camila Boehm – Repórteres da Agência Brasil - Brasília

No segundo dia de seu governo, o governador de São Paulo, João Doria, fará uma reunião com o Comitê de Segurança Pública do estado. O encontro ocorre no Palácio dos Bandeirantes, às 19h.

Mais cedo, o governador disse que pretende isolar os líderes de facções criminosas para que elas não tenham contato com outros presos ou com pessoas de fora das penitenciárias paulistas.

“Nós não vamos antecipar decisões, apenas deixar muito claro que, no estado de São Paulo, criminosos serão tratados como criminosos. Com o rigor da lei, especialmente os que representam facções criminosas. Serão absolutamente isolados, nenhum tipo de contato. Se pra isso precisarmos agir para mudar a legislação no plano federal, a bancada da nossa coligação agirá nesse sentido”, disse em entrevista à Globo News.

Doria negou que os baixos índices de homicídios em São Paulo estejam ligados a um acordo de governos com o crime organizado. “Não há nenhum acordo, seja da gestão que me antecedeu, seja da gestão Alckmin. E não haverá acordo algum. Haverá aplicação da lei. Ainda neste ano, os que cumprem pena nos presídios vão trabalhar para pagar o custo que representam para a sociedade”, disse.

Em 2006, após a transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para unidades de segurança máxima, teve início no estado uma série de atos violentos comandados de dentro dos presídios. Foram mais de 74 rebeliões em penitenciárias do estado, além de atos violentos contra agentes penitenciários, policiais, viaturas, delegacias de polícia, cadeias e prédios públicos.

Um novo pedido de transferência de presos foi feito pelo Ministério Público de São Paulo após informações sobre um plano de resgate de líderes do PCC. A decisão depende de autorização judicial e é também negociada com os órgãos envolvidos, estaduais e federais.

Medidas

Doria anunciou em coletiva de imprensa ontem (2) o aumento de policiamento na rua com o projeto “São Paulo Segura”. “Os índices de homicídio para cada cem mil habitantes tem caído em São Paulo, mas a sensação de segurança precisa e vai melhorar e uma das formas é tendo a polícia nas ruas”, declarou.

A iniciativa contará com 100% do efetivo operacional e administrativo, além de viaturas e bases móveis em locais estratégicos, apontados pelo serviço de inteligência. O efetivo nas ruas contará com 24 mil policiais.

Privatizações

O governador destacou ainda o plano de desestatização, que inclui, além de privatizações, parcerias público-privadas e concessões. “[Serão] PPPs [Parcerias Público-Privadas, concessão ou mesmo privatização nas áreas rodoviária, hidroviária, ferroviária, portos, aeroportos regionais, terminais de trens, que serão colocados em regime de desestatização”, elencou o governador na coletiva.

Já no evento de transmissão de cargo, no dia 1º, Doria abordou o assunto, dizendo que promoveria amplo processo de desestatização. “Não tenho medo de cara feia. Vamos privatizar, vamos desestatizar tudo aquilo que for possível, tudo aquilo que for legal e bom para a população. O setor privado passará a ter um papel que nunca teve aqui no governo do estado de São Paulo”, disse na ocasião.

Educação

Também durante a coletiva, o secretário de educação Rossieli Soares da Silva disse que alunos do 1º ao 5º ano das escolas estaduais podem ficar sem aulas pela falta de professor. “No ano passado, o Tribunal de Justiça do estado de São Paulo proibiu a contratação de novos temporários e nós temos uma lacuna de 8,5 mil professores que não podem ser repostos como temporários, podendo trazer um prejuízo imediato para 60 mil alunos do 1º ao 5º ano”, disse.

Rossieli exemplificou dizendo que municípios como Mogi Mirim podem ficar com até 50% dos alunos sem aula do 1º ao 5º ano, o que considerou uma tragédia para a educação. “Este problema é prioridade para a secretaria e para o governo solucionar”.

Além disso, o secretário disse que haverá atraso no fornecimento de material escolar porque os kits não foram contratados pelo governo passado. “Não temos contratado a aquisição de caderno, caneta, lápis, ou seja, o kit que é fundamental para que o aluno comece o ano letivo”.

O material pedagógico de apoio às escolas também não está contratado, segundo Rossieli, por empecilhos em sua elaboração e também não será distribuído nas escolas. “Nós estamos trabalhando em um material para que possamos usar com os nossos alunos, mas nós não teremos tempo da impressão. Isso faz com que, tanto do material, quanto da parte pedagógica, nós temos um prejuízo gigantesco na educação para o início do ano letivo”, concluiu.

Edição: Sabrina Craide

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