Por segurança, bloqueio na área do Maracanã será maior na abertura da Rio 2016

Publicado em 30/07/2016 - 17:35 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A pedido das autoridades responsáveis pela segurança dos Jogos Olimpícos, o bloqueio no tráfego de veículos na cerimônia de abertura da Rio 2016, no dia 5 de agosto, no entorno do Maracanã, será ampliado. Serão instaladas barreiras policiais. Inicialmente, o esquema previa o bloqueio a partir das 6h, agora terá início à meia-noite.

 Rio de Janeiro - Bloqueio de via no entorno do Estádio do Maracanã testa segurança para cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Bloqueio de via no entorno do Estádio do Maracanã testa segurança para cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 Fernando Frazão/Agência Brasil

“Isso aconteceu na Copa do Mundo, [o estádio] já amanheceu interditado e depois a gente tem uma segunda fase às 6h e a última fase ao meio-dia e amplia em relação ao que estava inicialmente previsto”, informou o diretor de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio), Joaquim Dinis.

“Nos foi solicitado que ampliasse, para que de forma preventiva, colocasse barreiras policiais e evitasse problemas. Alguma identificação que foi feita pelo setor de inteligência. Isso não compete a gente. O que nos compete é tentar compatibilizar segurança com mobilidade. A gente negociou isso e considera que é viável”, disse.

De acordo com diretor, os bloqueios podem ser novamente ampliados caso seja necessário, por questão de segurança. "Questão de segurança suplanta questão de mobilidade. Não existe nada que indique neste momento necessidade de ampliar este bloqueio, mas se até o dia 5 houver uma solicitação de que se amplie este bloqueio, a gente vai atender a segurança porque é necessário ”.

Neste domingo (31), será feita mais uma simulação de como irá funcionar o trânsito na área do Maracanã,  que vai testar a chegada de espectadores e de ônibus  no bairro de São Cristóvão.

Moradores

Para quem mora na região e precisará se deslocar com carro no dia da cerimônia de abertura, Dinis recomenda que carregue um comprovante de residência. A credencial, distribuída para os moradores para identificação durante os jogos, não será exigida nesse dia.

Além das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos, serão disputadas, no Maracanã, as partidas de futebol. Já no Maracanazinho, que fica ao lado, serão os jogos de vôlei.

No dia da abertura dos Jogos, haverá interdição nas ruas próximas ao Palácio Itamaraty, no centro do Rio. Lá, ficarão os chefes de Estado e de governo que se deslocarão para o Maracanã.

Engenhão

No entorno do Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão, no Engenho de Dentro, zona norte, onde ocorrerão provas de atletismo e partidas de futebol, as mudanças no trânsito já foram feitas para que os moradores tivessem maior prazo para adaptação.

Provas de rua

Para Dinis, as prova de rua, como ciclismo de estrada, maratona e pentatlo, exigem mais alterações no trânsito. “O ciclismo de estrada é o pior de todos, porque é uma prova de rua móvel, em que vai se fazendo fechamentos e liberando e fecha de novo e eles vão e voltam. O grande desafio das Olimpíadas é a quantidade de eventos que acontecem ao mesmo tempo na cidade e fazer com que as pessoas recebam e entendam esta informação”, contou. A CET-Rio contará com 1.500 integrantes, entre agentes de trânsito e guardas municipais.

Nos dias 3 e 4, haverá um teste de ciclismo entre 10h e 14h30, na região do Recreio dos Bandeirantes e Barra de Guaratiba, na zona oeste, com mudança no trânsito em algumas pistas.

Manifestações

Sobre a possibilidade de greve nos transportes, o secretário executivo de Coordenação de Governo do município do Rio, Rafael Picciani, disse que existe um plano de contingência para cada tipo de transporte disponível na cidade, como por exemplo, direcionamento de passageiros para outros meios. “É claro que em havendo necessidade de acionar um plano de contingência, a qualidade de serviço pode sofrer alguma redução", disse. Ele orienta que o público planeje com antecedência qual meio de transporte usará para se deslocar na cidade e chegar em tempo hábil nos locais de competição.

Quanto a ocorrência de manifestações, o secretário informou que o plano de contingência será acionado. Porém, informou que nas arenas, há um perímetro de isolamento do local, Com isso, possíveis manifestações ocorrerão a uma distância que permite a entrada dos espectadores.

Picciani disse que a passagem de ambulâncias terá prioridade, a única dificuldade será se estiver ocorrendo no local uma prova de rua.

Multas

Já a Avenida Niemeyer, em São Conrado, na zona sul do Rio, teve as pistas pintadas e se transformou em faixa olímpica, destinada à passagem de carros que conduzem participantes da Olimpíada, por isso não poderá ser usada como via de passagem.  

Joaquim Dinis informou que os carros serão monitorados por instrumentos que medirão o tempo de travessia. Como no trajeto, há prédios e casas, incluindo a comunidade do Vidigal, será consideradaa a entrada e a saída de veículos de visitantes e moradores. Porém, se o tempo de passagem de um desses carros for semelhante ao de um credenciado pelos jogos, o motorista será multado, por ficar caracterizado que a via foi usada para travessia entre o Leblon e São Conrado ou no sentido oposto.

Apesar de a cobrança de R$ 1,5 mil de multas ter sido suspensa pela justiça, a presidenta da CET-Rio, Claudia Secin, disse que as infrações serão consideradas válidas e o motorista perderá pontos na carteira de habilitação. “ O que está se discutindo é o valor, não é que caiu a multa. A multa continua, se a prefeitura não reverter o valor ela continuará a ser aplicada pelo CTB bem como os pontos na carteira”.

O secretário Rafael Picciani defende a multa e argumenta que a situação é excepcional, com aplicação em apenas um período determinado. Neste caso, a cobrança não desobedece o Código Nacional de Trânsito. “A gente está tratando de faixas olímpicas e somente para o período olímpico, portanto, seria muito difícil o Código Nacional fazer menção a isso já que é uma questão pontual e específica da nossa cidade neste momento”.

Edição: Carolina Pimentel

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