"Não fomos perdulários", diz prefeito do Rio sobre Olimpíada

Eduardo Paes disse que não houve gastos excessivos ou desperdício de

Publicado em 04/08/2016 - 17:04 Por Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Aberta ao público nesta quinta-feira, a Casa Brasil oferece oportunidades de negócios, além de atividades esportivas, culturais e turísticas (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Aberta ao público nesta quinta-feira, a Casa Brasil oferece oportunidades de negócios, além de atividades esportivas, culturais e turísticasTomaz Silva/Agência Brasil

O prefeito Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse hoje (4) que não houve gastos excessivos ou desperdício de investimentos públicos na Olimpíada Rio 2016. Os Jogos custaram cerca de R$ 40 bilhões, incluindo a organização e obras de mobilidade urbana, como a linha que leva o metrô à Barra, onde fica o Parque Olímpico, e faixas exclusivas para ônibus.

Rio de Janeiro - O prefeito Eduardo Paes fala na cerimônia de abertura da Casa Brasil no Pier Mauá, na zona portuária do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O prefeito Eduardo Paes, em discurso na abertura da Casa Brasil, no Pier MauáTomaz Silva/Agência Brasil

“Não fomos perdulários, não se construíram castelos chamados de estádios, temos estruturas bonitas, mas, acima de tudo super simples”, afirmou o prefeito,na abertura da Casa Brasil, no Rio, espaço que reunirá atrações culturais e oportunidades de negócios. “Essas olimpíadas foram um exemplo do que devem ser o jogos daqui para frente”, disse o prefeito.

A um dia da abertura dos jogos, no Estádio Maracanã, com transmissão para 5 bilhões de espectadores no mundo, Paes acredita que o brasileiro, apesar do delicado momento político e da crise financeira, deve sentir orgulho.

“O Brasil passa por um momento de crise política, crise econômica, obstáculos vão sendo superados, mas acho que nós, brasileiros, cariocas ou não, temos de ter orgulho porque, mesmo com essa crise, com toda dificuldade que enfrentamos, o país se apresenta ao mundo”, disse.

Eduardo Paes tem sido um defensor do modelo de parceria entre poder público e iniciativa privada adotada no Rio. Em troca de concessões para administração de arenas ou cessão de terrenos, a prefeitura avaliou que mais de 50% dos recursos dos jogos foram privados. No entanto, as parcerias vistas pelo prefeito como forma de desonerar os investimentos do Estado, sofreram críticas de organizações da sociedade, por terem cedido patrimônio público a baixo custo.

No evento, Paes disse que as obras previstas foram entregues no prazo, incluindo as de legado e que custaram cerca de R$ 20 bilhões somente em mobilidade – ainda que a prefeitura precise de recursos para pagar a conta. O Rio solicitou um empréstimo de R$ 800 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para concluir as intervenções associadas aos jogos, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliar o limite de contratação.

O novo financiamento ajudará a prefeitura a custear obras como o BRT Transbrasil (vias rápidas de ônibus), o VLT do Rio (uma metrô sob trilhos), a duplicação do Elevado do Joá e melhorias no entorno do Parque Olímpico e do Engenhão, entre outros projetos.

No evento, Paes aproveitou para agradecer outro aporte de recursos do governo interino, por meio de estatais, ao Comitê Rio 2016, que passa por dificuldades, às vésperas da Olimpíada e Paralímpiada. Ele também destacou a “ajuda rápida, ágil e nada trivial” de R$ 3 bilhões para a segurança no estado do Rio de Janeiro, que estava com dificuldade de pagar até os policiais.

Além de enfrentar críticas por causa das parcerias público-privadas, a prefeitura é apontada como responsável pela remoção de 4,1 mil famílias de seus domicílios, por causa das intervenções urbanas feitas no período entre a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, segundo organizações sociais.

Edição: Maria Claudia

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