Surto de toxoplasmose em Santa Maria continua sem causa definida

Publicado em 07/08/2018 - 11:38 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Quase quatro meses após o registro dos primeiros casos, o surto de toxoplasmose identificado em Santa Maria (RS) permanece sem causas definidas. Desde o dia 16 de abril, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul contabilizou 634 casos confirmados, sendo 54 em gestantes, quando a doença é particularmente perigosa por colocar em risco a saúde do feto. Há ainda 529 casos em investigação, sendo 173 em gestantes.

O Ministério da Saúde informou que o surto tem como causa provável a contaminação pela água, com possível contaminação de hortaliças como causa secundária. O parecer foi apresentado ao estado e ao município no fim de junho, após análise de dados do controle feito pela pasta, em conjunto com gestores locais.

“Vale ressaltar que as outras possíveis causas comuns em casos de toxoplasmose foram eliminadas durante a pesquisa, como carne bovina, de frango e queijos, entre outros alimentos. No entanto, a investigação continuará sendo realizada”, informou o ministério, em nota.

Como medida de precaução, uma vez que a água é a fonte mais provável da infecção, a pasta reforçou a necessidade de a população intensificar medidas de prevenção, como evitar o uso de produtos animais crus ou mal cozidos, eliminar as fezes de gatos em lixo seguro, proteger as caixas de areia e lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada.

Doença

Conhecida como doença do gato, a toxoplasmose, de acordo com o Ministério da Saúde, é causada por um protozoário e apresenta quadro clínico variado – desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves.

A infecção em humanos ocorre por três vias: contato direto com solo, areia e latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida infectada (sobretudo carne de porco e de carneiro), e infecção transplacentária durante a gravidez.

A toxoplasmose não pode ser transmitida de humano para humano, com exceção das infecções intrauterinas. De acordo com a pasta, cerca de 40% dos fetos de mães que adquiriram a doença durante a gestação são infectados.

Edição: Maria Claudia

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