A população da Venezuela começou a usar moedas virtuais para pagar por alimentos e outros itens de necessidade, enquanto a turbulência política empurra a nação para uma crise mais profunda.
A economia venezuelana terminará o ano com uma inflação acumulada de mais de 2.000%, segundo cálculos do Parlamento local, de maioria opositora, que vê neste número recorde um reflexo da "maior crise política, social e econômica da história da Venezuela contemporânea".
A Venezuela registrou em outubro uma inflação de 50,6% em relação ao mês anterior, entrando tecnicamente em hiperinflação, ao superar, pela primeira vez na história do país, uma alta de preços acima de 50% em um único mês. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (2) pela Econométrica, que, com a Assembleia Nacional, controlado pela oposição, e outras entidades privadas, oferece periodicamente um cálculo de inflação no país, já que o Banco Central não divulga mais o índice.
Influenciada principalmente pelos preços dos alimentos e de serviços, a inflação tem ficado ao redor do teto da meta (6,5% ao ano) e tem dado sustos nos últimos anos.