Biblioteca itinerante incentiva hábito de leitura e ocupação de espaços públicos
Um evento gratuito promete agitar neste domingo (21) a Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio de Janeiro, na altura do Corte do Cantagalo. Trata-se da biblioteca itinerante Livre.Ria, projeto idealizado pela agência Diálogo Urbano. O principal objetivo é a ocupação de espaços públicos para levar cultura à população. “Realizar a ocupação de ambientes públicos, incentivando o hábito da leitura”, disse Bárbara Soledade, uma das criadoras da iniciativa, à Agência Brasil.
Esta é a terceira edição da Livre.Ria. As primeiras ocorreram em agosto e dezembro do ano passado, também na Lagoa, e reuniram, respectivamente, 600 pessoas e 1,1 mil pessoas. A expectativa para hoje é que 1,3 mil pessoas participem do projeto, que é aberto para todas as faixas etárias. “Nós temos livros clássicos, infantis, ficção, livros religiosos. Existem vários temas.” Todos os livros que deram início à biblioteca colaborativa foram doados.
O Livre.Ria traz o conceito de Urban Hacking, derivado da ideia de "hackear" (invadir) as cidades, quebrando suas limitações e tornando os espaços mais bonitos e abertos a todos. Além de incentivar a leitura ao ar livre, o projeto une cultura e diversão.
Bárbara informou que a biblioteca estimula também a troca de livros. O acervo atual já conta com 780 obras, das quais 280 foram doadas pelo público. “A cada dois livros doados para a prateleira, você pode levar um para casa”, explica.
O intuito é que o evento ocorra a cada dois meses, sempre em praças e espaços públicos. Já há previsão de levar a Livre.Ria, em agosto, para outro bairro do Rio de Janeiro. “Potencializar culturalmente o brasileiro é a nossa maior meta, que as pessoas tenham apreço, que a leitura se torne um hábito e elas se tornem cada vez mais cultas.”
De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita em 2011 em parceria entre os institutos Pró-Livro e Ibope, a leitura é a atividade escolhida para o tempo livre de apenas 28% da população. Falta de tempo, impaciência e dificuldades físicas são algumas das razões alegadas para esse baixo índice. A maior parte da população considera que bibliotecas são lugares destinados à pesquisa e ao estudo. Somente 12% dos brasileiros frequentam esses lugares por prazer.
A sondagem constatou que espaços urbanos, como praças e parques, costumam ser frequentados por apenas 2% da população com o objetivo de ler. Cerca de 17% da população afirmam que iriam mais a bibliotecas se elas fossem mais próximas de suas casas ou locais de trabalho.