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Direitos Humanos

Polícia investiga possível caso de assassinato por homofobia em Inhumas

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/09/2014 - 16:51
Brasília

A Polícia Civil de Goiás em Inhumas - a 48 quilômetros de Goiânia - informou na tarde de hoje (11) que vai investigar as causas da morte de João Antônio Donati, de 18 anos, cujo corpo foi encontrado ontem (10) em um terreno baldio, depois de buscas de parentes e amigos preocupados com o desaparecimento de Donati, que saíra de casa na terça-feira (9), para trabalhar, e não retornara.

A polícia desmente o fato de ter sido encontrado um bilhete na boca do jovem, com dizeres homofóbicos, e diz que se tratava de um saco plástico. Tudo indica que Donati foi morto por asfixia. Apesar disso, a polícia não descarta a possibilidade de se tratar de uma ação homofóbica.

Na página pessoal de Donati no Facebook, a última publicação foi uma foto dele mesmo com os dizeres: "Por trás das conquistas obtidas há horas de muito trabalho e empenho!" A imagem teve mais de 1,1 mil curtidas e mais de 1 mil comentários. "Sinto muito por vc ter entrado pra essa estatística tão cruel e desumana. Que a dor que vc sentiu, se transforme em amor e paz no lugar onde estiver sendo recebido", diz uma usuária.

"Muito triste! O pior que isso acontece e se repete aos dias só pelo fato de existir a intolerância e o preconceito. Ex: por ser negro, por ter uma deficiência, por ser de língua diferente, por gostar de um estilo de música ou roupa diferente, por ser de uma cultura diferente, por ter um sotaque diferente, por ter uma religião diferente e principalmente pela sexualidade", diz outro usuário, que acrescenta: "Quando houver punição aos culpados, talvez não extermine com toda essa violência, mas pelo menos ela reduza consideravelmente, tornando possível a vida em sociedade com suas diferenças".

Este não é um caso isolado. Entre 2013 e 2014 foram documentados 312 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil, de acordo com relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia. Os números representam um assassinato a cada 28 horas.