logo Agência Brasil
Direitos Humanos

Atividades com música ao vivo e brincadeiras comemoram os 25 anos do ECA

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/07/2015 - 15:28
São Paulo

Música ao vivo e brincadeiras para todas as idades movimentam o Largo da Batata, na capital paulista, hoje (5). Juntos pelo Brincar é um evento em comemoração aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reúne famílias e amigos em atividades com bicicleta, brincadeiras de rua, rodas de leitura, cabanas, jogos de tabuleiro, palhaços e pintura, além de opções para a alimentação.

Caroline Araújo, 33 anos, que tem o hábito de frequentar lugares públicos para se divertir com a família, levou o filho e parentes para aproveitar todo o lazer disponível no espaço. “Valorizo bastante essa questão do livre brincar, principalmente no espaço público, que promove uma pluralidade e uma diversidade bastante interessante.”

O filho de Vanessa Zambeli, 33 anos, também aproveitou as brincadeiras no Largo da Batata, ao som ao vivo da Banda Alana. “Temos que celebrar que existe uma preocupação em relação à infância”, ressaltou. Para ela, cultura e lazer são importantes para que as crianças possam “abrir a cabeça para o crescimento livre, longe do trabalho e do preconceito, para que  possam desenvolver o intelecto e se tornar adultos melhores”.

“O Estatuto da Criança e do Adolescente, aprovado em 1990, foi fundamental para modificar a visão de que criança não é objeto, ela é sujeito de direitos. Todos nós, família, sociedade e Estado, temos o dever de cuidar e proteger as crianças e adolescentes com absoluta prioridade”, afirmou Pedro Hartung, advogado do Instituto Alana, uma das entidades organizadoras do evento.

Segundo ele, essa mobilização é importante no momento em que a redução da maioridade penal foi aprovada na Câmara: “É um verdadeiro retrocesso dos direitos que foram assegurados em 1990”. Por ainda estar em desenvolvimento, o adolescente é mais vulnerável e precisa de cuidado específico para que possa ser reintegrado à sociedade, na visão do instituto.

“O índice de reincidência da Fundação Casa, que é a instituição que cuida de adolescentes em conflito com a lei, é 30%, sendo que do sistema prisional é 70%”, destacou o advogado. Ele defende que é mais eficiente cuidar de forma especial do adolescente. “Isso foi o ECA que propôs, um cuidado especial ao adolescente em conflito com a lei”, acrescentou.

Os direitos instituídos no ECA têm ainda o objetivo de evitar a violência. “A violência é um problema estrutural e social e, para combatê-la verdadeiramente, temos que trabalhar a educação, o lazer e a cultura”, concluiu Hartung.

Até as 16h, o público poderá participar de forma gratuita das atividades no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista.