Desigualdade de gênero é tema do Diálogo Brasil desta segunda-feira

Publicado em 13/03/2017 - 11:41 Por Da Agência Brasil - Brasília

As mulheres brasileiras trabalham mais do que os homens, ganham menos e assumem mais responsabilidades. A desigualdade de gênero e raça analisada por estudos de várias instituições é o tema do Diálogo Brasil desta segunda-feira (13).  

O programa que será transmitido pela TV Brasil, às 22h, entrevista a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), especialista em políticas públicas e gestão governamental, Marcela Torres Rezende e a advogada e ex-secretária de Políticas para a Igualdade Racial do Distrito Federal Vera Lúcia Santana Araújo. 

O estudo do Ipea, em parceria com a Organização das Nações Unidas Mulheres, que teve Marcela Rezende como uma das autoras, mostra que as mulheres trabalham, em média, 30 horas mensais a mais do que os homens.

Elas são chefe de família em 40% dos lares, com 23%, em 1995. No trabalho, apenas 21,7% têm cargo de chefia no serviço público e 37% na iniciativa privada. Entre os grandes executivos, no topo da carreira, são 10%. Pior: ganhando menos do que os homens, em torno de 68%.

Para Marcela Rezende, os números são reflexos do preconceito. “A gente pode atribuir a manutenção deste fenômeno ao fato da nossa sociedade estar muito pautada pelo machismo e pelo sexismo. É uma questão cultural, não tem nenhum motivo técnico que justifique mulheres receberem menos que homens.”

Vera e Marcela cobram ação do Estado para o combate à desigualdade. De acordo com Vera Lúcia, também cabe à sociedade exercer pressão por mudanças. 

“Ou a sociedade brasileira assume a responsabilidade de pôr um fim a este fosso que divide o país, e promove a inclusão, a igualdade, ou a gente ainda vai ter muitos 'marços' pela frente com uma pauta que não vai diferir da que a gente está enfrentando, com números não distintos dos que [aqueles sobre os quais] a gente se debruça. Esta cultura precisa ser desconstruída”, disse  Marcela.

A pesquisadora do Ipea acrescenta que a legislação vigente é insuficiente e a pouca presença feminina no parlamento é uma dificuldade a mais.

Edição: Valéria Aguiar

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