Tecnologias sociais com impacto social são premiadas

Publicado em 16/10/2019 - 23:58 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Tecnologias sociais desenvolvidas para solucionar problemas comuns às diversas comunidades espalhadas por todo país foram premiadas na noite de hoje (16) durante o 10ª Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais, em cerimônia em Brasília. Um total de 24 tecnologias foram premiadas, divididas em sete categorias.

Uma das premiações foi na categoria as “Mulheres na Agroecologia”, que teve soluções agroecológicas de Pernambuco, de Santa Catarina e de Alagoas. O primeiro lugar ficou com a iniciativa Mulheres Protagonistas no Beneficiamento de Produtos Agroecológicos, de Flexeiras (AL), que desde 2006 estavam reunidas em uma associação para comercializar frutas, legumes e vegetais produzidos em suas propriedades. No entanto, mesmo que tirassem alimentos para o consumo de suas famílias e para as vendas, ainda havia bastante desperdício de produção.

Para forma de solucionar o desperdício, a Cooperativa Agropecuária de Alagoas foi criada no ano de 2013 para beneficiar a produção e fazer seu escoamento. Começou então um trabalho com uma nutricionista de sensibilização para as mulheres aprenderem a fazer sucos, bolos, biscoitos, além de técnicas de congelamento para agregar valor ao produto, evitar desperdício e ainda aumentar sua renda.

Autonomia financeira

Integrante da cooperativa, Cícera Eugênia de Lima, que completa 51 anos hoje, teve o reconhecimento da sua iniciativa como presente de aniversário. “Esse projeto mudou muito minha vida, deu mais força de vontade para trabalhar e dar mais emprego às mulheres”, disse. O trabalho no beneficiamento dos produtos deu autonomia financeira a mulheres como Cícera, que nunca tinha conseguido alcançar uma renda e dependia do dinheiro do marido.

“Hoje não dependo mais do meu marido. Eu me sinto feliz”, disse Cícera sobre seu sentimento em relação ao trabalho na cooperativa. “Todas elas [desenvolveram autonomia financeira], compram o que precisam para dentro de casa, [o projeto] ajudou muito a gente. Isso é importante para uma mulher, é muito bom a gente ganhar nosso dinheiro e comprar o que a gente quer, sem precisar estar pedindo e dizendo para o que é”.

O resultado da iniciativa foi alcançado: houve redução do desperdício e aumento da renda das mulheres envolvidas na cooperativa com a comercialização de produtos como geleias, pães, bolos e salgados.

Premiações

No total, foram R$ 700 mil em premiações, sendo R$ 50 mil para o primeiro colocado, R$ 30 mil para o segundo e R$ 20 mil para o terceiro de cada categoria. Neste ano, a premiação recebeu 801 inscrições, das quais 123 tecnologias sociais passaram a fazer parte da plataforma online de Tecnologias Sociais, uma base de dados que reúne metodologias reconhecidas por promoverem a resolução de problemas comuns a diversas comunidades brasileiras. Atualmente são 1.110 iniciativas disponíveis para reaplicação.  

Com o dinheiro da premiação, Cícera disse que o grupo de mulheres da cooperativa vai conseguir ter um local próprio para trabalhar. “Para a gente é muito importante porque agora a gente vai construir nosso prédio próprio, que a gente não tinha, e é mais uma conquista para as mulheres que trabalham juntas. Esse dinheiro vai ajudar a gente a comprar o que a gente precisa para a fábrica e tentar formatar um prédio para a gente trabalhar. Hoje temos um local improvisado”.

Além das Mulheres na Agroecologia, as categorias premiadas foram Cidades Sustentáveis, Educação, Geração de Renda, Meio Ambiente, Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico, Primeira Infância. Estiveram presentes no evento a primeira-dama Michele Bolsonaro e o ministro da Cidadania Osmar Terra.

Edição: Fábio Massalli

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