Clientes bancários reduzem uso do cheque especial em dezembro
Os brasileiros usaram o 13º salário para pagar crédito rotativo, como o cheque especial, que tem taxa de juros alta. Com a redução da tomada desses recursos, a taxa média de juros do crédito de todo o sistema financeiro cai. Essa é a explicação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, para a redução na taxa média de juros do crédito, em dezembro, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a Selic.
Os juros básicos, que servem de referência para as demais taxas, subiram 2,75 pontos percentuais em 2013. Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) fez novo ajuste na Selic, que ficou em 10,5% ao ano.
“Com a redução da participação dessa modalidade [cheque especial], há redução na média da taxa de juros”, disse Maciel. Em dezembro, o saldo (R$ 20,154 bilhões) do cheque especial caiu 5,1%, em relação a novembro.
Segundo o BC, a taxa média de juros do crédito para pessoas físicas caiu 0,5 ponto percentual para 38% ao ano, de novembro para dezembro. No caso das empresas, a queda ficou em 0,1 ponto percentual e a taxa em 21,4% ao ano.
Já a taxa do cheque especial subiu 1,5 ponto percentual, de novembro para dezembro, ao alcançar 147,9% ao ano. A taxa do crédito para a compra de veículos permaneceu em 21,3% ao ano. No caso do crédito pessoal (desconsideradas operações consignadas em folha de pagamento), houve queda de 0,3 ponto percentual para 86,1% ao ano. A taxa do crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, caiu 0,1 ponto percentual para 24,4% ao ano.
Todas essas taxas são do crédito livre, em que os juros e a destinação de recursos são livremente definidas pelos bancos. No caso do crédito com recursos direcionados (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), a taxa média de juros subiu 0,1 ponto percentual para 7,7% ao ano para as empresas. As famílias pagaram taxa média de 7,3% ao ano em dezembro, estável em relação a novembro.
A inadimplência, considerados atrasos superiores a 90 dias, do crédito livre subiu 0,1 ponto percentual para as famílias (6,7%) e caiu 0,2 ponto percentual para as empresas (3,1%).