Sondagem da CNI indica desaquecimento na indústria da construção em dezembro
Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta desaquecimento em diversos indicadores de atividade da indústria da construção. Entre os obstáculos para o setor está a dificuldade de acesso ao crédito. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção divulgada hoje (29), o nível de atividade da indústria da construção brasileira alcançou 44,5 pontos e o número de empregados no setor ficou em 45,2 pontos no último mês de dezembro. Esses indicadores podem variar de 0 a 100 pontos. Pontuações inferiores a 50 pontos são consideradas retração.
Com o desempenho retraído, a utilização da capacidade de operação das empresas – variável que mede o percentual do volume de recursos utilizado no mês , mão de obra e maquinário – diminuiu de 70% em novembro para 69% em dezembro. É, de acordo com a entidade, a segunda queda consecutiva do indicador e o pior desempenho do setor desde 2010.
A situação financeira, no entanto, foi considerada satisfatória no quarto trimestre, apesar de levemente abaixo dos 50 pontos, com 49,8 pontos. Há também otimismo com o futuro. Em janeiro, o indicador de expectativas para os próximos seis meses, em relação ao nível de atividade, ficou em 57,7 pontos, e o de expectativa com referência a novos empreendimentos e serviços atingiu 58,4 pontos.
Melhoraram, também, as perspectivas sobre a compra de insumos e matérias-primas (56,6 pontos) e de evolução do número de empregados (56,6 pontos).
Segundo o economista da CNI Danilo Garcia, houve acirramento nas dificuldades no acesso ao crédito, principalmente do meio de 2013 para cá. “Dificuldade no acesso ao crédito, problemas anteriores de falta de demanda, acabaram afetando preponderantemente esse setor”, disse o economista.
O indicador de acesso ao crédito fechou o quarto trimestre em 41,9 pontos, revelando dificuldade de obtenção de financiamentos. Na média anual, esse indicador ficou em 43,2 pontos, índice menor do que os 47,6 pontos de 2012 e os 50,4 pontos de 2010.
Outro ponto de insatisfação do empresariado foi a margem de lucro operacional que, no quarto trimestre, ficou em 46,6 pontos. No mesmo período, o indicador de preço dos insumos e matérias-primas alcançou 60,7 pontos, revelando aumento. A pesquisa aponta, como principais problemas, a elevada carga tributária (48,2% das respostas), a falta de trabalhador qualificado (44,5%) e o alto custo da mão de obra (25%).
A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre os dias 6 e 16 de janeiro. Foram ouvidas 463 empresas. Destas, 144 de pequeno porte, 203 de médio porte e 116 de grande porte.