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Economia

Indústria paulista se recupera, mas desemprego é o maior para abril em 4 anos

Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/05/2014 - 15:06
São Paulo

A taxa de desemprego nos 39  municípios da região metropolitana de São Paulo passou de 11,5%, em março,  para 11,6%, em abril, o que é considerado praticamente estável. Em relação ao mesmo mês dos anos anteriores desde 2004, no entanto, o percentual em relação à População Economicamente Ativa (PEA) foi o maior desde 2010, quando a taxa de desemprego ficou em 13,3%.

É o que mostra a  Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O total de desempregados foi estimado em 1,277 milhão, quase a metade do número calculado no conjunto das seis regiões metropolitanas onde é feita a pesquisa (R$ 2,324 milhões).

Na região metropolitana de São Paulo , o mês de abril foi caracterizado por um ingresso de concorrentes no mercado de trabalho bem acima da capacidade de absorção. Foram criadas 27 mil vagas, mas surgiram 43 mil pessoas querendo emprego. A indústria, que no conjunto das regiões foi o setor que mais contratou, ficou em segundo lugar na criação de vagas, com impulso bem menor do que o segmento dos serviços.

Na média, as cidades da região metropolitana de São Paulo registraram aumento de 0,3% nas contratações. Nos serviços, foram gerados 113 mil postos de trabalho, com alta de 2%. A indústria de transformação ofereceu 4 mil ocupações, com variação positiva em 0,3%. Apesar dessa recuperação no ano, o segmento ainda apresenta recuo de 6,6%.

Nos demais setores, o emprego encolheu – caso do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, que extinguiu 73 mil postos, o que representa queda de 4,2%. Na construção, foram fechadas 18 mil vagas, com redução de 2,5%.

A pesquisa indica precarização na oferta de vagas, com crescimento de 1,5% no setor privado do trabalho informal, sem carteira. Já o número de empregos com carteira assinada caiu 1%, enquanto o contingente de autônomos aumentou 2,2% e o de empregados domésticos teve variação de 0,2%.

De abril do ano passado a abril deste ano, surgiram 165 mil ocupações, número insuficiente para atender à demanda dos que buscavam emprego (212 mil). Em igual mês do ano passado, tinham sido registrados 1,230 milhão de desempregados e, em abril deste ano, o total avançou para 1,277 milhão. Em um ano, os serviços lideram na criação de oportunidades, com saldo positivo de 201 mil postos. A indústria ampliou as vagas em 3%, somando 46 mil postos; a construção, em 2 mil, ou 0,3% mais. O comércio e reparação de veículos automotores recuou 3,3%, o que equivale a  57 mil postos extintos.

Assim como na média nacional, os rendimentos tiveram pequena melhora em fevereiro e março, com correção de 0,8% nos ganhos dos ocupados (R$ 1.914) e de 1,1% no caso dos assalariados (R$ 1.922).