Indústria de calçados espera crescimento das exportações em 2015

Publicado em 13/01/2015 - 15:58 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) espera crescimento das exportações este ano. O setor enfrentou, no ano passado, redução das vendas, o que resultou, segundo o presidente da associação, Heitor Klein, no fechamento de 24 mil postos de trabalho.

“Temos a perspectiva de crescimento das exportações brasileiras e temos perspectiva de estabilidade, nos patamares de 2014, no mercado doméstico”, ressaltou Klein, em entrevista hoje (13) na 42ª Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos (Couromoda), em São Paulo.

Segundo Klein, a desvalorização do real é um dos fatores que aumentam a competitividade do setor. Para ele, a moeda norte-americana pode chegar à cotação de até R$ 3, o que ele considera ponto de equilíbrio cambial. “Este é um ano em que, pensamos, será possível crescer bastante no mercado internacional. As exportações estão no foco de todas as empresas”, enfatizou.

Em dezembro do ano passado, as exportações de calçados cresceram 10%, comparado ao mesmo mês de 2013. O faturamento com as vendas para o exterior chegou a US$ 119,25 milhões. Porém, ao longo do ano, as exportações do setor caíram 2,6% em relação a 2013. Foram enviados ao exterior 129,5 milhões de pares de calçados, no valor de US$ 1,067 bilhão - US$ 30 milhões a menos do que em 2013. Apesar do aumento de 5,4% no volume de vendas, a queda no preço médio do produto impactou negativamente no faturamento.

Para ajudar a impulsionar as exportações, a Abicalçados firmou parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A agência governamental - vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - vai investir R$ 28,5 milhões ao longo de 2015 e 2016, enquanto a associação aportará  R$ 12,9 milhões para a promoção de marcas nacionais no exterior. Os Estados Unidos, o México, a Colômbia, a Alemanha, os Emirados Árabes, a China e a Rússia são os principais alvos das empresas brasileiras.

Caso sejam confirmados a manutenção das vendas no mercado interno e o crescimento nas exportações, Klein acredita que a indústria manterá os níveis de emprego. “Com a estabilidade no mercado doméstico e o crescimento nas exportações, pelo menos manteremos o quadro de funcionários que temos hoje, até com possibilidade de algum aumento”, destacou Klein sobre os cerca de 255 mil postos de trabalho diretos no setor.

Edição: Stênio Ribeiro

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