Brasil tem o menor saldo na geração de emprego para janeiro em seis anos
O número de trabalhadores admitidos em janeiro foi menor do que o de demitidos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados hoje (27). Ao todo, foram registradas, no primeiro mês do ano, 1.600.094 admissões contra 1.681.868 desligamentos.
O saldo negativo – de 81.774 postos de trabalho – foi o menor resultado desde 2009, quando o país iniciou o ano com déficit de 101,7 mil postos formais de trabalho.
Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o dado negativo deve-se a fatores sazonais. “Os setores que tradicionalmente fazem demissões nesse período, por questões como o fim do período de férias, foram os que mais perderam vagas”, disse Dias, em em nota divulgada pelo ministério.
De acordo com dados do Caged, o comércio varejista teve redução de 97.887 postos de trabalho (queda de 1,25%) na comparação com o levantamento de janeiro do ano passado. Já o comércio atacadista ficou estável, com saldo de 87 postos de trabalho.
Na área de serviços, houve perdas no setor de alimentação (bares, hotéis e restaurantes) e no de hospedagem. No geral, o setor de serviços teve queda na criação de empregos formais de 7.141 postos, redução de 0,04% no número de admissões.
O setor da indústria de transformação, que apresentava resultados negativos há oito meses, em janeiro, voltou a contratar, encerrando o período com mais 27.417 postos de trabalho. Entre os destaques estão o setor calçadista, com 7.554 novos empregos; o de mecânica, com 3.968; o têxtil, com 3.451; e o de borracha, com 3.292 empregos.
Os dados do Caged mostram que a agricultura teve resultado positivo, com saldo de 9.428 postos de trabalho. “O desempenho também foi melhor que o registrado em 2014 e 2013”, informou nota do Ministério do Trabalho.
As regiões Sudeste (-69.911 postos), Nordeste (-32.011 postos) e Norte (- 10.748 postos) tiveram mais demissões do que admissões em janeiro. Já as regiões Sul (+29.688 postos) e Cento-Oeste (+1.208 postos) contrataram mais trabalhadores com carteira assinada do que demitiram.
Matéria alterada às 14h55 do dia 27/02/2015 para acréscimo de informações. A matéria foi novamente alterada às 11h43 do dia 03/03/2015 para correção no número admissões que foi divulgado de forma equivocada no material distribuído à imprensa pelo Ministério do Trabalho.