Levy diz que desequilíbrio fiscal é igual a “castelo na praia”

Publicado em 29/04/2015 - 12:29 Por Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O ministro Joaquim Levy fala sobre as medidas de ajuste fiscal durante audiência pública conjunta de Comissões da Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ajuste econômico e fiscal não vai atrapalhar crescimento da economia, diz o ministro da

Fazenda,  Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez hoje (29) um apelo aos parlamentares membros da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para que concluam a votação das reformas enviadas ao Congresso Nacional a fim de que a economia volte a crescer. Segundo ele, o desequilíbrio nas contas públicas “é igual a fazer um castelo na praia: se houver uma onda, vem e destrói tudo”.

Levy disse que o ajuste econômico e fiscal não atrapalhará o crescimento da economia do Brasil, acrescentou Levy. Segundo ele, as medidas adotadas orientarão a economia para um rumo melhor.

“Precisamos estimular a confiança. [Sem o ajuste], os investidores sentem-se inseguros. Com a perspectiva de descontrole fiscal, as pessoas se retraem. Vimos isso no início do ano. As receitas caíram. O PIB [Produto Interno Bruto] não vai cair pelo ajuste fiscal. Precisamos concluir as reformas.”

Levy lembrou que a adoção de uma polícia anticíclica, que previne quedas na atividade econômica, não pode ser permanente. “A música mudou”, disse. Como exemplo de mudanças que levaram o governo a alterar a política anticíclica, ele citou as alterações econômicas que ocorrem no resto do mundo, que estimulam a saída de capitais do Brasil e derrubam o preço dos produtos básicos vendidos no exterior. Se o governo não mudasse, o Brasil correria o risco de passar por  “situação muito grave”, acrescentou.

“As políticas para proteger a renda, por exemplo, iriam se deteriorar. Era necessário mudar do estímulo da demanda para estímulo da oferta”, disse Levy. Segundo ele, a situação chegou ao ponto de produzir “saída de capital”, simultaneamente à queda de preços de matérias-primas.

O ministro ressaltou, no entanto, que o Brasil, pela primeira vez, estava preparado para a crise com US$ 250 bilhões de reservas internacionais. O Brasil tinha ferramentas para enfrentar a crise. Agora, precisamos enfrentar a nova realidade e fortalecer a receita, pois os gastos não caíram. Precisam estar atentos e garantir o equilíbrio fiscal, sem o que [não haverá] crescimento”.

Edição: José Romildo

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