Medidas de ajuste para reequilibrar finanças são temporárias, diz Nelson Barbosa
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendeu hoje (14) as medidas de ajuste econômico apresentadas pelo governo e disse que elas são temporárias. “Temos que reduzir a inflação, reequilibrar as finanças públicas, e o governo precisa fazer alguns ajustes. Mas os ajustes são temporários”, afirmou.
Ele disse ainda que o maior desafio do Brasil não é econômico. Barbosa citou a política como a maior dificuldade, uma vez que é preciso dialogar com forças políticas diferentes para obter avanços. “Apesar de o desafio econômico ser grande, acho que nosso maior desafio é político. Precisamos de muita conversa, muito diálogo, para avançar mais”, ressaltou.
Barbosa participou da abertura do Fórum Dialoga Brasil, que em três dias pretende recolher propostas para formação do Plano Plurianual (PPA) 2016-2019. O fórum reúne representantes de centrais sindicais e entidades ligadas aos setores industrial e financeiro em uma série de debates do governo com setores da sociedade para delinear um projeto de lei do PPA, que deve ser enviado ao Congresso até o dia 27 de agosto.
José Ricardo Aguiar, da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), defende, por exemplo, a prioridade a investimentos em infraestrutura. Segundo ele, “infraestrutura não é problema, é necessidade, e o Brasil é um grande campo para oportunidades de crescimento, por meio de sua infraestrutura”.
O ministro do Planejamento acredita que o próximo PPA deve consolidar avanços sociais. “Nós avançamos muito, nos últimos anos, em inclusão social. Agora, estamos em uma fase de consolidar as conquistas diante da nova realidade da sociedade brasileira. Esse é o nosso desafio e do PPA”, enfatizou.
O PPA, uma vez formulado, traça as diretrizes de investimentos no país e nos estados em determinado período. Políticas públicas, muitas vezes acompanhadas de planos setoriais, são resultados de um PPA. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Educação são alguns exemplos.
No PPA 2012-2015, o Brasil deu prioridade a políticas públicas que reduzissem a desigualdade e a melhoria da infraestrutura. Agora, o país e cada um dos estados precisam estudar as estratégias para os próximos quatro anos. No PPA que se encerra este ano, foram firmadas 2.400 metas. Para o secretário de Planejamento e Investimento do Ministério do Planejamento, Gilson Bittencourt, o país precisa reduzir metas. “A nossa tese", disse ele, "é que neste PPA a gente reduza significativamente o número de metas, para que seja mais fácil cumpri-las na sua integridade. Que sejam metas estratégicas, que possam mudar a vida das pessoas”.