Pesquisa prevê queda nas vendas do comércio paulistano no segundo trimestre

Publicado em 08/04/2015 - 15:37 Por Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

As vendas no comércio varejista na cidade de São Paulo devem cair 1,5%, no período de abril a junho, em relação aos três meses anteriores. A previsão consta na pesquisa do Programa de Administração do Varejo (Provar), elaborada em conjunto pela Fundação Instituto de Administração (Fia) e pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar).

Em levantamento feito por amostragem com 500 consumidores, entre 9 e 20 de março, foi constatada a pior intenção de compra dos últimos 11 anos. O índice de consumidores que manifestaram intenção de comprar bens duráveis de abril a junho atingiu 46,6%, o que é 3 pontos percentuais inferior ao percentual do primeiro trimestre (49,6%) e o mais baixo desde 2004, quando ficou em 45,1%.

Comparado a igual período do ano passado, cresceu apenas o interesse de aquisição de três dos 13 setores pesquisados; material de construção, apontado por 9,4% dos entrevistados, o que é 1,6% mais; informática, manifestado por 6,4% dos consumidores, universo 0,4% maior; e imóveis, bem que está na lista de compra de 2,4% dos consumidores ouvidos, com alta de 0,8%. Em relação ao trimestre anterior, porém, houve queda de 0,2% na disposição por adquirir imóveis

Entre os produtos que deixaram de compor a lista estão os eletroeletrônicos, com recuo de 5,6% nas intenções de compra; vestuário e calçados, que teve queda de 4,6% e telefonia e celulares, com redução de 4,4%. Os dois últimos segmentos, no entanto, cresceram na intenção de compra em relação ao primeiro trimestre deste ano, com variação de 0,2% em vestuário e calçados. Das pessoas sondadas 1,8% mais disseram que pretendem consumir bens na área de telefonia e celulares.

Para o presidente do Conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo, o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é á soma dos bens produzidos no país, aliado ao medo do desemprego, à inflação alta, aos juros elevados e ao menor poder de compra, indicam um cenário ruim para o varejo. “Se não houver investimentos, não se alcançará um crescimento sustentado”, disse de Angelo.

A pesquisa mostra ainda que o orçamento das famílias está mais comprometido com o crediário em comparação com um ano atrás. Um total de 23,1% da renda tem de ser preservado para esse tipo de quitação, percentual superior ao do mesmo período do ano passado, quando atingia 22,7%, e também maior do que em 2013 (22,1%).

Pela sondagem, a sobra no orçamento que poderia ser destinada às compras é de apenas 6,1%. O restante está atrelado a compromissos com o crediário (23,1%); a educação (19,6%); a alimentação (19%); a habitação (12,6%); o transporte (8,3%); a saúde e os cuidados pessoais (4%) e o vestuário (3,4%).

Edição: Jorge Wamburg

Destaques EBC


Últimas notícias