Brasil tem que se integrar à "nova revolução industrial", diz ex-ministro

Publicado em 07/05/2015 - 19:04 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O ajuste fiscal que vem sendo promovido pelas autoridades econômicas do governo federal “vai na direção correta”, mas, para que o Brasil possa retomar o desenvolvimento, terá de se integrar à “nova revolução industrial”, disse hoje (7) à Agência Brasil o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Fórum Nacional.

Promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), o evento chega à 27ª edição a partir de segunda-feira (11), tendo como tema central a estratégia para o desenvolvimento do Brasil, a partir do aproveitamento de grandes oportunidades econômicas, sociais e culturais. Com a presença de autoridades e especialistas de diversas áreas, o fórum se estenderá até o dia 14, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

Reis Velloso destacou que é urgente fazer o ajuste fiscal, principalmente em relação às depesas. "Já temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. A carga de impostos do Brasil já é maior do que a dos Estados Unidos”, argumentou, ao ressaltar que a contenção de despesas deve ser enfatizada no ajuste fiscal, “porque é realmente muito importante”.

Em relação às despesas, o ex-ministo sugeriu diminuição no número de ministérios. Segundo Velloso, se o país conseguir se integrar à "nova revolução industrial", poderá aproveitar as grandes oportunidades que existem em tecnologias, em recursos naturais, por exemplo. Com isso, ele acredita que o país poderá alcançar taxas consideradas de alto crescimento, em torno de 5% ou 6% ao ano.

A "nova revolução industrial" é a maior desde 1790, quando foi criado o sistema de fábricas. A proposta do Fórum Nacional se baseia em estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Estados Unidos, que destaca a existência de três forças propulsoras por trás da "nova revolução industrial". A primeira força, disse Velloso, aponta novos caminhos em termos de avanços industriais, de modo que hoje já é possível criar máquinas inteligentes, como robôs capazes de tomar decisões.

A segunda força está relacionada à universalização da digitalização “de praticamente tudo”, enquanto a terceira força se refere às inovações como a nanoeletrônica, que é a eletrônica do futuro e tende a ser uma das tecnologias do século 21. Essas forças se relacionam umas com as outras e atuam entre si, e segundo o ex-ministro, “deixa de existir aquela rigidez da separação entre indústria e serviço”.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, abrirá o 27º Fórum Nacional, abordando a estratégia de transformação do Brasil em país desenvolvido. A sessão terá como convidados especiais os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.

Os painéis de debates serão iniciados na terça-feira (12) pela manhã, com participações do ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jessé de Souza.

Edição: Stênio Ribeiro

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