Após Fitch rebaixar nota do Brasil, Levy diz que é preciso votar ajuste fiscal

Publicado em 16/12/2015 - 13:35 Por Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 16/12/2015 - 14:27

Após a agência de classificação de risco Fitch Ratings tirar o grau investimento do Brasil, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o país precisa votar o ajuste fiscal no Congresso Nacional e conclamou todos os brasileiros a saírem em defesa do Brasil. 

A agência de classificação de risco Fitch Ratings retirou o grau de investimento do Brasil, com rebaixamento da nota soberana do país. A nota do Brasil passou de BBB- para BB+. O grau de investimento é conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir. Além de rebaixar, a Fitch colocou o Brasil em perspectiva negativa.

“Nós temos que tomar as medidas necessárias. Agora, o mais importante é a votação da MPs [medidas provisórias], que dão suporte ao nosso Orçamento. Em vista do rebaixamento, temos que partir em defesa do Brasil. Temos que votar, tanto na Câmara, quanto no Senado. Tive agora com o presidente do Senado, Renan [Calheiros], e ele está disposto a apoiar esse esforço. Acho que tem que ser de todos os brasileiros neste momento”, disse Levy, ao chegar ao Ministério da Fazenda após encontro com o presidente do Senado, no Congresso.

“A gente não pode começar o ano sem votar as coisas que são essenciais e que vão permitir suportar o nosso Orçamento. Depois, no ano que vem, vamos ter que continuar fazendo também as reformas e ajustar o que a gente tem que ajustar para a economia brasileira voltar a crescer, para as famílias brasileiras terem tranquilidade. É isso que a gente tem que fazer agora em defesa do Brasil”, disse Levy.

Antes de deixar o Senado, Levy já tinha falado sobre o rebaixamento do grau de investimento e ressaltado que outros fatores, que não os da economia, desviaram a atenção dos ajustes que precisam ser feitos. "O rebaixamento indica que nem tudo que é precisa fazer temos conseguido fazer no passo necessário, até porque, vamos dizer assim, a atenção de alguns tem se desviado por questões diversas que não têm ligações com as medidas econômicas que nós temos que tomar.”

De acordo com o ministro, o mundo todo está olhando o funcionamento das instituições brasileiras e da capacidade do país de tomar a medidas necessárias para garantir o crescimento e o funcionamento da atividade econòmica.  Segundo Levy, o setor passa, neste momento, pela votação de três medidas provisórias: a MP 690, que eleva o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) das bebidas e trata da tributação de direitos autorais, A MP 692, que cria um regime de alíquotas progressivas para ganhos de capital (ganhos com venda de imóveis ou com rendimento de aplicações financeiras), e a MP 694, que aumenta a tributação de juros sobre o capital próprio.

“Todas são medidas que, além do aspecto fiscal indispensável, reorientam as coisas e têm a semente do crescimento, a semente da retomada da nossa economia, a preservação dos empregos. Temos que fazer isso. São medidas que tem a anualidade e tem que ser votadas nos próximos dias”, afirmou o ministro.

Levy lembrou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tem expressado o apoio da Casa em questões importantes, como a da repatriação de recursos mantidos no exterior. “É isso que a gente tem que fazer. O Brasil não pode parar e não pode esperar. Temos desafios. O mundo sabe dos nossos desafios e tem expressado preocupação, mas, como sempre, o país vai ser maior. 

Para Levy, a Câmara dos Deputados também dará apoio às medidas necessárias à retomada do crescimento.

Sobre a possibilidade de o governo propor meta fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 0,7% que defendia, o ministro evitou polemizar. Segundo o ministro, o mais importante é  garantir o que permitirá ao país cumprir a meta. "O mais importante agora é garantir a votação dessas medidas. As pessoas querem investir no Brasil”, afirmou.

O texto foi ampliado às 14h27
 

Edição: Carolina Pimentel

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