Ministério deve definir modelo de participação de Angra 3 este mês

Secretário disse que previsão é que usina esteja concluída até 2026

Publicado em 13/08/2019 - 18:18 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - Florianópolis *

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros dos Santos, disse hoje (13), em Florianópolis, que até o final deste mês deverá ser definido o modelo de participação da Usina de Angra 3. Santos participou nesta terça-feira de um workshop promovido pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abpti), dentro do evento Innovation Summit Brasil 2019, que ocorre até amanhã (14), em Florianópolis.

Em entrevista à Agência Brasil após palestra no evento, o secretário disse que a previsão é que Angra 3 esteja concluída em 2026. “Foi definido o preço de referência, preço que acho que é atrativo para a competição na disputa dos participantes. Acho que até o final de agosto a gente define a modelagem da participação da iniciativa privada. Em seguida, tem a competição, de tal sorte que possamos, em meados de 2020, começar efetivamente a retomada da obra e concluí-la, definitivamente, em janeiro de 2026”, disse.

Mais de 60% da Usina de Angra 3 foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado que será selecionado a partir da definição do modelo.

Confiabilidade energética

O secretário explicou que a obra é importante para dar uma grande confiabilidade energética para a Região Sudeste do país. “[Angra 3] é uma usina cuja localização é importante porque está no centro de cargas [da região] do Sudeste. É uma usina de geração de energia limpa. Uma usina em que a produção de energia e o fator de capacidade é da ordem 99%, com alta confiabilidade. Isso significa dizer uma geração mais próxima da carga, com redução de custos de transmissão e de perda”, disse.

Santos disse que também é importante em relação a Angra 3 é que a usina utiliza combustível nacional. “Não temos dependência de variação de políticas externas porque é um combustível nacional disponível e isso faz com que tenhamos uma indústria mais competitiva. E quando se desenvolve a indústria nuclear, você traz não só atributo para a geração de energia mas a perspectiva de continuar com o país na vanguarda que queremos”, disse, ressaltando que a tecnologia nuclear é desenvolvida também nas áreas de medicina e agricultura, por exemplo.

Segundo informações da Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a usina de Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts, com capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia que seria suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período.

Caminhões da China

O secretário disse também que, em agosto, chegam ao país cinco caminhões, provenientes da China, para atuar na distribuição de GNL (Gás Natural Liquefeito). Eles devem começar a fazer o transporte de gás a partir de setembro na cidade de Aracaju. 

“A Golar [Power, uma joint venture] está importando cinco caminhões da China e tem, como objetivo, pegar o gás e fazer a distribuição nas cidades. Se no passado precisava construir gasoduto para isso, hoje se tem mais flexibilidade de transporte de gás natural”.

*A repórter viajou a convite da organização do evento Innovation Summit

Edição: Fábio Massalli

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