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Educação

Pais pedem solução para carência de professores em escolas públicas do DF

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/08/2014 - 22:07
Brasília

No Distrito Federal, pais de estudantes se organizam e pedem providências para solucionar a falta de professores na rede pública de ensino. Nessa quarta-feira (13), a Associação de Pais de Alunos das Instituições de Ensino (Aspa-DF) entrou com representação no Ministério Público do Distrito Federal e Teritórios para integrar um procedimento instalado na Promotoria de Justiça de Defesa da Educação, no início do ano.

“Vimos turma que está sem professor desde o começo do ano. Pais já foram às ruas, já fizeram manifestação, estão cansados de promessas”, diz o presidente da Aspa-DF, Luís Claudio Megiorin. “Já praticamente acabou o ano, e o prejuízo está instalado”, acrescenta.

Para resolver o problema, os pais pedem, entre outras demandas, a contratação extra de professores "disponíveis" para cobrir as ausências dos titulares por atestado médico ou outro motivo. Segundo Megiorin, atualmente, quando um professor falta, é convocado um temporário. É difícil, no entanto, que os profissionais queiram cobrir ausências de poucos dias, e os alunos ficam sem aulas. Ter profissionais contratados de prontidão resolveria a questão.

Além disso, pedem que a Secretaria de Educação disponibilize na internet, em local de fácil acesso, o número de professores ausentes e as instituições em que estão lotados, de modo a dar mais transparência ao acompanhamento. Também reivindicam que as escolas sejam proibidas de dispensar os alunos quando eles ficam sem aula. Isso já é uma recomendação, mas os pais pedem mais rigor no cumprimento e a responsabilização das escolas, caso os estudantes voltem para casa mais cedo ou fiquem pela rua.

“Na verdade, a falta de professores não é de agora, tampouco do ano passado, é um problema antigo. Há uma dificuldade administrativa de suprir a carência”, diz a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa.

O sindicato não tem um número exato da carência. A Secretaria de Educação do DF, mesmo solicitada, não informou o número à Agência Brasil. Em nota, disse que “é importante ressaltar que não há déficit de professor, e sim carências pontuais”.

Rosilene aponta três principais razões para a falta de docentes. A primeira são as licenças médicas. Segundo a Secretaria de Educação, de um universo de 32 mil professores, recebe uma média de 200 atestados por dia, número que varia.

O segundo motivo é que a contratação de novos profissionais não acompanha o ritmo das aposentadorias. O terceiro é a presença de professores nas escolas, ocupando vagas, que estão afastados das salas de aula por falta de condições de lecionar. Segundo o Sinpro, há cerca de 3 mil professores nessa situação.

“As pessoas tendem a colocar a culpa nos docentes pelo afastamento ou pelos atestados, e não questionam por que o professor está doente. A maioria é por fundo emocional. Deve haver políticas preventivas para lidar com a questão”, diz Rosilene.

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Educação informa que no final do mês de junho ocorreu grande convocação, de 2.362 profissionais do magistério público para aumentar o quadro de pessoal e atividades em escolas da rede pública.

A secretaria também diz que está dialogando com o Sindicato dos Professores do DF para verificar “quais medidas administrativas poderão ser tomadas, no sentido de minimizar ou até mesmo sanar a utilização de atestados que antecedem ou sucedem períodos de recessos e feriados”.

Além disso, confirmou que há dificuldades em encontrar professores temporários para carências de curta duração, “pois muitas vezes o substituto não tem interesse na vaga, e a convocação não pode ser aleatória. A ordem da lista dos aprovados no concurso público deve ser respeitada. Assim, há um interstício entre a abertura da carência e a aceitação do convocado para a posse”, acrescenta a nota da secretaria.