Greve chega a 56 instituições federais de ensino, dizem sindicatos

Publicado em 01/06/2015 - 20:55 Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 02/06/2015 - 17:11

Professores e trabalhadores técnico-administrativos de 55 universidades federais e do Instituto Federal do Piauí aderiram à greve, iniciada na última quinta-feira (28), de acordo com dados da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).

A paralisação prossegue por tempo indeterminado. Em 19 instituições, a paralisação é feita por professores e trabalhadores técnico-administrativos. No Instituto Federal do Piauí, apenas os professores pararam as atividades. Em 36, apenas os técnicos.

Os profissionais pressionam o governo federal a ampliar os investimentos na educação. Entre as reivindicações dos professores estão melhores condições de trabalho, garantia de financiamento público estável e suficiente às instituições, abertura de concursos públicos e a reestruturação da carreira. A pauta completa pode ser acessada no site do Andes-SN.

A pauta dos técnico-administrativos inclui, entre outros itens, a reposição salarial de 27,3% no piso da tabela, considerando as perdas de janeiro de 2011 a julho de 2016; o aprimoramento da carreira, com correção das distorções; o piso de três salários mínimos; e o fim da terceirização, que, segundo os funcionários, retira direito dos trabalhadores.

"O governo nos deixou praticamente sem resposta em tudo", diz o coordenador-geral da Fasubra, Rogério Marzola. "Diz que quer negociar, mas na verdade não quer diálogo, quem quer diálogo apresenta contraproposta. E isso não foi feito", reclamou.

"A situação é muito delicada, o piso da nossa categoria é de um salário mínimo e meio. Há ideia de que por sermos funcionários públicos federais somos bem remunerados, mas não somos. Não se tem uma gestão democrática nem uma política para repor perdas salariais", diz.

O movimento ganhou força após o anúncio dos cortes no Orçamento. A área de educação foi uma das mais penalizadas, com o contingenciamento de R$ 9,423 bilhões.

Por meio de nota, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão diz que uma contraproposta está sendo construída e será apresentada este mês, em data a ser agendada. A pasta diz ainda que sua Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público conversa com "o conjunto do funcionalismo federal" e acrescenta que, durante o mês de maio, "todas as entidades representativas foram recebidas e apresentaram suas pautas".

O MEC mantém o posicionamento divulgado também em nota, na última quarta-feira (27). A pasta diz que continua aberta ao diálogo.

Veja a lista das universidades em greve:

Professores e técnicos 

Universidade Federal do Acre 

Universidade Federal do Amapá 

Universidade Federal Rural da Amazônia 

Universidade Federal do Pará 

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará 

Universidade Federal de Rondônia

Universidade Federal Rural do Semiárido

Universidade Federal de Alagoas 

Universidade Federal de Sergipe 

Universidade Federal da Paraíba 

Universidade Federal do Oeste da Bahia 

Universidade Federal do Mato Grosso 

Universidade Federal da Grande Dourados 

Universidade Federal de Tocantins 

Universidade Federal Fluminense 

Universidade Federal da Bahia 

Universidade Federal do Oeste do Pará 

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 

Universidade Federal de Campina Grande

Professores

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí 

Técnicos

Universidade Federal do Amazonas

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Universidade Federal Rural de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Universidade Federal do Piauí

Universidade Federal do Sul da Bahia 

Universidade de Brasília 

Universidade Federal do Espírito Santo

Universidade Federal de Juiz de Fora 

Universidade Federal de Viçosa 

Universidade Federal de Uberlândia 

Universidade Federal do Triângulo Mineiro 

Universidade Federal de Goiás 

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Universidade Federal de Minas Gerais

Universidade Federal de São João del-Rei

Universidade Federal de Ouro Preto 

Universidade Federal de Lavras

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Universidade Federal do ABC

Universidade Federal de São Carlos 

Universidade Federal de São Paulo

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Universidade Federal do Paraná 

Universidade Federal de Santa Catarina 

Fundação Universidade Federal do Rio Grande 

Universidade Federal de Pelotas 

Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Universidade Federal de Santa Maria 

Universidade Federal da Fronteira Sul 

Edição: Stênio Ribeiro

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