Comando anuncia para amanhã desocupação de escolas em São Paulo

Publicado em 17/12/2015 - 18:10 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil * - São Paulo

Por meio de uma rede social, o comando das escolas ocupadas em São Paulo anunciou que, a partir de amanhã (18), ao meio-dia, as escolas começarão a ser desocupadas. Assembleias em cada unidade decidirão hoje (17) à tarde sobre a desocupação.

No manifesto divulgado no Facebook, o Comando das Escolas em Luta informou que as desocupações terão início ao meio-dia de amanhã e seguirão até ao meio-dia de segunda-feira (21). “Nesse momento, é necessário manter a união das escolas em luta e, por isso, acreditamos que a melhor forma de mostrar nossa força é fazendo uma desocupação em conjunto”, acrescentou o manifesto.

Apesar de decidir pelas desocupações, o comando ressaltou que não deixará a luta contra o projeto de reorganização escolar, que prevê o fechamento de 93 escolas, além de remanejamento de estudantes separados por ciclos.

“O conjunto de nossas reivindicações, entretanto, não foi atendido e não cederemos até que sejam atendidas. Analisamos, porém, que as ocupações já cumpriram sua função e que é hora de mudar de tática.”

A reportagem da Agência Brasil visitou três escolas ocupadas na tarde de hoje. Em duas delas os alunos estavam reunidos em assembleia para decidir sobre a desocupação. Na Fernão Dias, em Pinheiros, e na Professor Antônio Alvez Cruz, no Sumaré, os alunos passaram a tarde reunidos.

A decisão ainda não foi anunciada, mas alguns alunos disseram que as ocupações poderão ser mantidas, porque várias reivindicações feitas pelos estudantes ainda não foram atendidas. Na Escola Caetano de Campos, na Consolação, os alunos afirmaram que devem mesmo começar a desocupar o prédio a partir de amanhã.

Hoje, a Justiça de São Paulo suspendeu o projeto de reorganização escolar do governo estadual para todo o ano de 2016. A liminar foi concedida pelo juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara de Fazenda Pública.

Na decisão judicial, que atendeu o pedido do Ministério Público e da Defensoria Pública, o juiz ressaltou que a comunidade escolar foi pega de surpresa com as mudanças. “Ao se estabelecer medida de ampla afetação social, sem melhor programação e informação, tomou-se a população de percalço, que necessitaria se conformar com as alterações promovidas.”

Segundo a Secretaria Estadual da Educação, 52 escolas ainda permanecem ocupadas. Já o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) contabilizava 60 escolas ocupadas até terça-feira (15).


* Colaborou Bruno Bocchini.

Edição: Armando Cardoso

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