"Não há razão para ter escola hoje invadida em São Paulo", diz Alckmin

Publicado em 07/12/2015 - 18:04 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil * - São Paulo

São Paulo - Após Alckmin anunciar a suspensão da reorganização escolar por um ano, professores se reuniram em assembleia para decidir os próximos passos do movimento contra as mudanças (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Mesmo com o anúncio da suspensão da reorganização escolar por um ano, 188 escolas continuam ocupadas no estado, 76 delas na capital, segundo a Secretaria Estadual de Educação Rovena Rosa/Arquivo/Agência Brasil

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse hoje (7) que, após ter anunciado o adiamento do projeto de reorganização do ensino em São Paulo, na sexta-feira passada (4), não há razão para que as escolas do estado continuem ocupadas pelos estudantes.

“Não há razão nenhuma para ter escola hoje invadida. Se a causa era essa, agora é retomarmos as aulas para poder, o mais rápido possível, concluir o ano letivo. Esse é o objetivo”, disse o governador, em entrevista coletiva nesta segunda-feira em que o governo anunciou a criação de um plano de combate à dengue, febre chikungunya e vírus Zika, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. “Nós vamos adiar [o projeto de reorganização] e vamos fazer esse diálogo, especialmente com os alunos, os pais dos alunos e o corpo docente”, ressaltou.

Hoje pela manhã, estudantes fizeram um novo protesto na Rodovia Raposo Tavares. Na semana passada, ocorreram manifestações em diversas regiões da capital paulista, que foram reprimidas pela Polícia Militar.

Segundo o governador, a polícia precisou agir para desobstruir as vias que foram fechadas pelos estudantes. “Nenhuma [escola ocupada] foi reintegrada com a polícia. Nenhuma. Cinquenta e quatro foram reintegradas com diretor da escola, professores e dirigentes de ensino. Ia lá, conversava e os alunos saiam, porque viram que era melhor. Tínhamos ação judicial para reintegrar, não reintegramos e nem usamos a polícia. Mas aí ocupam a Avenida Doutor Arnaldo, onde mil pessoas por dia vão tratar câncer no Icesp [Instituto do Câncer do Estado de São Paulo]. Tem o HC [Hospital das Clínicas], o [hospital] Emílio Ribas. Se você não age, você pede: pessoal, vamos dar mais meia hora para vocês liberarem, as pessoas precisam se locomover. Dá o tempo, e eles não saem. Olha, não é possível também prejudicar o conjunto da população. Todo o esforço foi feito nesse sentido”, disse Alckmin.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, 188 escolas continuam ocupadas no estado, das quais 76 estão na capital paulista. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) diz que 189 estão ocupadas na manhã de hoje, sendo 76 na capital.

* Com colaboração da TV Brasil

Edição: Maria Claudia

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