Estudantes secundaristas e meio acadêmico debatem ocupação de escolas no Rio

Publicado em 18/06/2016 - 19:19 Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil* - Rio de Janeiro

O movimento de ocupação de escolas fluminenses foi tema de seminário realizado hoje (18) na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) para discutir a nova forma de ação dos alunos para reivindicar uma escola pública de qualidade.

“A ideia era que a universidade pudesse dialogar com esses jovens que criaram essa nova forma de ação política, que é muito importante no momento, diferente da ação política tradicional”, disse a diretora da Escola de Educação da Unirio, Sandra de Medeiros. “Eles se organizaram de maneira horizontal, conseguiram se articular e criaram novas formas de se expressar politicamente. Temos que aprender com eles”, elogiou.

A estudante do terceiro ano ensino médio Yasmim da Silva Conceição participa há quase 3 meses do movimento de ocupação da Escola Estadual Paulo Assis Ribeiro, em Pendotiba, Niterói, região metropolitana do Rio. Yasmin contou que era avessa à política e acabou no movimento por acaso, persuadida por outros estudantes.

“Apesar de estar há oito anos na escola, não enxergava que havia tantos problemas. Nunca pensei que pudéssemos ocupar para melhorar. A convivência foi complicada, pois a maioria não se conhecia. Mas agora está muito legal, viramos uma família. Somo cerca de 50 pessoas”, contou.

“Continuamos lá porque as pautas externas, em comunhão com todas as escolas ocupadas, ainda não foram atendidas, como o passe livre, eleição para direção, grêmio. Queremos ter o mesmo padrão de ensino das escolas particulares, poder concorrer com eles de igual para igual”, acrescentou a estudante.

Os alunos chegaram a ocupar mais de 70 escolas no estado. Apesar de a Justiça ter determinado o fim das ocupações e a volta às aulas, muitos estudantes permanecem nas escolas para reivindicar melhorias no ensino que ainda não estão garantidas pelo estado. Além disso, boa parte dos professores da rede estadual está em greve há mais de três meses por reajuste salarial, melhorias na estrutura de trabalho, entre outras demandas.

*Contribuiu Joana Moscatelli, repórter da Radioagência

Edição: Luana Lourenço

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