CFM defende punição para escolas médicas com alunos de baixo desempenho em exame

Publicado em 06/10/2016 - 15:45 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Lima, apresenta o balanço das fiscalizações em postos de saúde e ambulatórios da rede pública durante o segundo semestre de 2014. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Para o presidente do CFM, Carlos Vital, não se pode dar  o  diploma  e  liberar  o exercício da profissão a

alguém com conhecimento insuficienteArquivo/ABr

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, defendeu hoje (6) punição para escolas médicas cujos alunos apresentem baixo desempenho na Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina. A partir deste ano, alunos de medicina no Brasil serão submetidos ao exame a cada dois anos de curso – no segundo, quarto e sexto ano da graduação.

“Reivindicamos que haja consequência e que o Ministério da Educação também se corresponsabilize por essa correção de desvios dentro da graduação. Não pode entregar isso apenas às escolas, em sua maioria privadas, e que não são acreditadas ou fiscalizadas. Muitas delas são autorizadas, mas não têm reconhecimento”, disse Vital.

Pesquisa divulgada mais cedo pelo CFM mostra que 76% da população brasileira acha bom ou ótimo que estudantes de medicina passem por avaliação de conhecimentos durante o curso. Para 91% dos entrevistados, alunos que não tiverem bom desempenho na prova feita no último ano do curso não devem receber o diploma.

“Este é um ponto crítico para as entidades médicas e, para o CFM, em particular. Achamos que esses exames precisam ter consequências”, disse Vital. “É uma percepção popular que vem ao encontro do que o CFM, os conselhos regionais de medicina e as entidades médicas têm denunciado”, acrescentou.

Carlos Vital ressaltou que, nos Estados Unidos, por exemplo, não existem escolas médicas que não estejam acreditadas por um sistema independente do governo. “Elas [escolas] têm uma afirmação da sua qualidade de ensino. Ali até cabe a aceitação da autonomia universitária. Mas é diferente no Brasil, onde há 271 escolas médicas.”

“Se há um índice maior de alunos que não progridem, essas escolas têm que ser observadas e têm que se adequar às novas condições de ensino. Se isso não acontece em um período de três anos, elas têm que ser penalizadas e sofrer consequência também”, disse Vital. “Não se pode entregar o diploma e liberar o exercício da profissão sabendo que essa pessoa está insuficiente em termos de conhecimento.”

Edição: Nádia Franco

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