Cachorro-vinagre é observado em unidade de conservação da Amazônia
Publicado en 17/08/2020 - 17:39 Por Caio Fonseca, Rádio Encontro das Águas - Manaus
(foto: Dayse Ferreira/Inpa)
Medindo cerca de 75 centímetros e podendo pesar até oito quilos, o cachorro-vinagre (Speothos venaticus) é uma das espécies que raramente são registradas na natureza, mas, para a surpresa de um grupo de pesquisadores, um bando da espécie foi filmado em uma das Unidades de Conservação gerenciadas pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente (Sema).
O grupo de quatro animais foi filmado no final de fevereiro, em uma das 38 armadilhas fotográficas instaladas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro (a 70 quilômetros de Manaus). No entanto, a análise e divulgação das imagens só foi possível em agosto, em virtude da pandemia de covid-19.
O trabalho de monitoramento é realizado em parceria com o Grupo de Pesquisa de Mamíferos Amazônicos (GPMA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Na RDS do Rio Negro, a atividade é coordenada pela doutoranda do Programa de Pós-Graduação do Inpa, Dayse Ferreira, que estuda o comportamento de mamíferos de médio e grande porte em áreas de conservação.
Esta não é a primeira vez que o cachorro-vinagre é registrado em Unidades de Conservação Estaduais do Amazonas. A espécie já foi flagrada por pesquisadores do Instituto Mamirauá na RDS do Amanã e, em 2019, pelo GPMA, na Reserva Biológica do Alto Rio Cuieiras.
Segundo a lista do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de espécies ameaçadas, o cachorro-vinagre é classificado como vulnerável por conta do isolamento da sua espécie e a degradação de seu habitat, causada pelo desmatamento, adensamento humano e doenças como a raiva.
De acordo com a pesquisadora do Inpa, a presença do cachorro-vinagre na região é um um indicativo da qualidade ambiental da unidade de conservação, mas também demonstra que a área deve receber atenção para garantir a preservação da espécie – que dificilmente se mantém em um ambiente perturbado.
*com informações da Secretaria do Meio Ambiente do Amazonas
Edición: Ana Pimenta