Eleições: por que o Brasil não equilibra gêneros nos espaços de poder?
Para professora da UnB, falta respeito à legislação
Publicado en 14/09/2020 - 09:24 Por Mariana Jungman - Brasília
Elas são mais da metade do eleitorado brasileiro e mais de 45% das pessoas filiadas a partidos políticos.Mesmo assim, somente nas eleições de 2018 o Brasil conseguiu atingir um percentual de 15% de mulheres ocupando cadeiras no congresso nacional. Mas, se elas demonstram interesse por política, por que o Brasil não consegue equilibrar os gêneros nos espaços de poder? A professora de ciência política da universidade de brasília, Flávia Biroli, explica.
Para tentar corrigir essas distorções, desde 2014 vêm sendo aprovadas normas que buscam estimular a inserção feminina nos cargos eletivos. Essas medidas prevêem que os partidos devem preencher 30% das vagas com candidaturas de mulheres e reservar pelo menos 5% dos recursos do fundo eleitoral para as campanhas delas. Mesmo assim, ainda há resistência, na prática, em dar espaço para as candidatas.
Na última eleição, dos 24 candidatos em todo o país que não receberam nenhum voto sequer, 21 eram mulheres – o que denota, para o TSE, que os partidos têm usado candidatas laranjas, que não recebem nenhum aporte financeiro na campanha, para cumprir as cotas. Para a professora Flávia Biroli, o que falta não é estímulo para as mulheres, mas respeito com a legislação.
No fim de agosto, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos lançou uma campanha para incentivar a participação de mulheres na política. E o objetivo é que pelo menos uma vereadora seja eleita em cada um dos mais de 5,5 mil municípios do país agora em 2020.
Edición: Adrielen Alves