Sem poder competir, piloto faz vaquinha para compra de álcool gel

Di Grassi quer arrecadar R$ 150 mil para prevenção do coronavírus

Publicado em 18/03/2020 - 15:03 Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo

Era para Lucas di Grassi estar agora em Sanya (China) preparando-se para a sexta etapa da temporada 2019-2020 da Fórmula E, categoria automobilística dos carros elétricos. Porém, o brasileiro está em São Paulo, sua cidade natal. A etapa chinesa do campeonato (do qual também faz parte o compatriota Felipe Massa, vice-campeão da Fórmula 1 em 2008) e as outras quatro agendadas em sequência (Itália, França, Coreia do Sul e Indonésia) foram adiadas em prevenção à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“A parada na Fórmula E é negativa como um todo, mas faz parte de uma situação mais importante, que é o controle à dissipação do coronavírus. Faz parte, como o adiamento de todos os outros eventos esportivos. A única vantagem é que já tínhamos começado o campeonato, fez cinco corridas, então a perda não é tão grande”, diz Lucas à Agência Brasil.

Sem poder competir ou treinar, o brasileiro iniciou na última sexta (13) uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) on-line para compra de álcool gel e máscaras para distribuição gratuita em áreas da capital paulista de maior possibilidade de contaminação. A cidade registrou, na última terça (17), a primeira morte provocada pelo novo coronavírus, além de ser o município com mais casos confirmados da doença.

“Por exemplo, nos pontos de ônibus, logo depois de o passageiro desembarcar. Assim, podemos atender também às pessoas de renda mais baixa, que estão mais desprotegidas”, diz o piloto de 35 anos, que tem como meta juntar R$ 150 mil. Até esta quarta (18), foram pouco mais de R$ 70 mil arrecadados na vaquinha virtual.

Momento de espera

Lucas integra a equipe alemã Audi. À distância, mantém contato com os parceiros de escuderia que, de alguma forma, tentam ajustar o carro para a sequência do campeonato. “Conseguimos trabalhar no simulador. Eu não consigo [do Brasil], mas temos nosso piloto de teste e meu companheiro de equipe [o alemão Daniel Abt] trabalhando nisso. Tem de esperar para saber quando poderei viajar novamente para testes ou para correr", explica o brasileiro, campeão da Fórmula E na temporada 2016-2017 e quinto colocado na atual edição.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) e a Fórmula E decidiram pelo adiamento da prova na China logo no início de fevereiro, quando o país era o epicentro da doença. Ou seja, Lucas já estaria em casa normalmente nesse momento. Na última sexta (13), porém, as organizações anunciaram a paralisação temporária da categoria, prevendo o retorno apenas em 21 de junho, na etapa de Berlim (Alemanha). Isso, claro, se a pandemia estiver controlada na Europa, continente, que no momento, é aquele no qual o Covid-19 vem causando mais vítimas.

Edição: Fábio Lisboa

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