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Esportes

Dirigente admite que Jogos Olímpicos podem não ser realizados

Presidente do Comitê Organizador de Tóquio rechaça um novo adiamento
Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil 
Publicada em 28/04/2020 - 11:28
São Paulo
Rio de Janeiro - Anéis olímpicos decoram Estádio do Maracanã (Fernando Frazão/Agência Brasil)
© Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio (Japão), Yoshiro Mori, admitiu pela primeira vez que os eventos podem não ocorrer devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), mesmo após o adiamento para 2021. Em entrevista ao diário japonês Nikkan Sports, ele avaliou que, se a doença não estiver controlada em nível global até o ano que vem, a competição será "descartada".

"Nesse caso, a Olimpíada será descartada. Adiamos os Jogos para o ano que vem depois de termos vencido a batalha contra o coronavírus. A Olimpíada será muito mais valiosa do que qualquer outra do passado se conseguirmos prosseguir depois de vencer essa batalha. Temos de acreditar. Caso contrário, nosso trabalho duro e esforço não serão recompensados", disse Mori.

Um novo adiamento dos Jogos, se necessário for, já havia sido rechaçado pelo dirigente na última quinta-feira (23). "Não há chance. Pensando nos atletas e nas questões relacionadas à gestão dos eventos, é tecnicamente difícil adiá-los em dois anos", declarou o presidente do comitê ao jornal japonês Kyodo News.

O adiamento da Olimpíada e da Paralimpíada para 2021 tem um custo extra estimado, atualmente, em 300 bilhões de ienes (R$ 14 bilhões). Tanto que, segundo Mori, o comitê estuda unificar as cerimônias de abertura e encerramento dos dois eventos.

"A ideia é realizar uma cerimônia no começo da Olimpíada e outra no final da Paralimpíada. Isso vai economizar muito dinheiro e enviar uma mensagem de superação da crise global", explicou o dirigente, também ao Nikkan Sports.

O Japão registrou mais de 13,6 mil casos do novo coronavírus, com 385 mortes, sendo Tóquio o epicentro da pandemia. O governo local decretou estado de emergência no país.

Caso não surjam alterações, a Olimpíada está marcada para o período de 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Já a Paralimpíada será entre 24 de agosto e 5 de setembro do ano que vem.