Distrito Federal é modelo para campanha contra HPV

Publicado em 09/02/2014 - 13:18 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Atualizado em 09/02/2014 - 13:14

VacunaVPH

Vacina HPVElza Fiúza/Agencia Brasil

Na Região Centro-Oeste, o Distrito Federal saiu na frente e  fez, pela primeira vez, no ano passado, a campanha de vacinação de adolescentes de 11 a 13 anos contra o HPV. E  teve sucesso na empreitada, disse à Agência Brasil o secretário adjunto de Saúde, Elias Fernando Miziara. “Nossa expectativa maior era atingir uma cobertura, da população de 11 a 13 anos, de 80%. E fechamos o ano com 79,45%, o que é praticamente a meta. Então, tivemos sucesso”.

Miziara acrescentou  que o dado mais importante é que havia muitas dúvidas, antes de começar a imunização, em relação ao grau de apoio que a população daria. “Tinha a questão dos pais, a questão dos religiosos”. Foi feito um trabalho preparatório, envolvendo professores, religiosos, famílias e entidades sociais.  “O resultado disso é que na primeira dose, tivemos uma adesão perto de 95%. Isto é, a adesão da população à vacina ficou entre 94% e 95%”.

Miziara explicou que a diferença para o resultado final da vacinação (79,45%) decorre de vários fatores. “As meninas , muitas vezes,  esquecem, não tomam (a vacina), ficam com medo, ou acham que já estão vacinadas”. Ele lembrou que na segunda dose, a  cobertura foi 89%. “Se a gente considerar que duas doses podem ser suficientes, como o Ministério da Saúde está prevendo que pode ser, a nossa taxa de cobertura acabará subindo para 90%”.

Para 2014, dentro da campanha nacional de vacinação, serão imunizadas no Distrito Federal meninas na faixa de 9 a 11 anos. “Toda a população que, no ano passado, tinha 10 anos e agora terá 11, deverá ser atendida pelo programa. E mais, a inclusão das faixas de 9 e 10 anos”.  O secretário adjunto de Saúde observou que as meninas que, eventualmente, tomaram as duas doses no ano passado e não fizeram a terceira imunização, poderão fazê-lo agora.

Segundo Miziara, o Ministério da Saúde deverá incluir a faixa etária de 9 e 10 anos na campanha contra o HPV, em 2015. “A mesma rotina que fizemos, o ministério deverá fazer. Mas, como nós já fizemos, estamos, por assim dizer, um ano à frente do processo”. A estimativa inicial para a vacinação este ano no Distrito Federal  inclui  62 mil meninas, entre 9 e 11 anos. “Essa é a nossa meta. Se nós atingirmos 80% dessa população, o que dá perto de 50 mil adolescentes, estaremos alcançando a meta pretendida em conjunto com o ministério”, destacou.

A Campanha de Imunização contra o HPV está bem divulgada em Mato Grosso, disse à Agência Brasil o superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Juliano Silva Melo.  “Foi bem repercutido dentro da região. Está todo mundo na expectativa para começar”.  O universo que a vacinação pretende alcançar soma 85 mil meninas entre 11 e 13 anos.

Juliano Melo disse ainda que a adesão da população à campanha tem sido grande. “A procura de informações está intensa”. Ao contrário da maioria dos estados, em Mato Grosso, a vacinação se dará nos postos de saúde, “esperando a demanda. A partir de um segundo momento, haverá a busca nas escolas”, explicou o superintendente. Para ele, embora tenha havido integração com a Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria de Saúde considerou  que, como a repercussão é grande, a ideia é vacinar a maioria nos postos de saúde. "Não atingindo a meta, a gente vai buscar dentro das escolas aquele público que ainda não foi vacinado”.

Uma capacitação para as equipes técnicas de saúde dos 79 municípios do estado de Mato Grosso do Sul está programada para os dias 13 e 14 deste mês, visando à campanha de vacinação contra o HPV, que o Ministério da Saúde iniciará em 10 de março próximo em todo o país. A enfermeira da Gerência Técnica de Imunizações da Secretaria Estadual de Saúde, Katia Barbosa Lima, disse que a preocupação maior é em relação à faixa etária, uma vez que o público-alvo da campanha é formado por adolescentes do sexo feminino entre 11 e 13 anos. 

Acrescentou que outra preocupação diz respeito ao fato de a  terceira dose estar prevista para ocorrer em um prazo mais longo, de cinco anos. “Isso, com certeza, vai dificultar a gente encontrar essa pessoa. Se ela estiver inserida naquele contexto da rotina do serviço, em algum momento vai ser capturada. O problema são as meninas que já estarão em uma faixa etária mais elevada, e a gente vai ter que buscá-las em outros locas, como universidades. Se não desistiram da escola, elas estarão em algum curso superior”. Katia disse também que se as adolescentes que forem vacinadas agora  estiverem, dentro de cinco anos, “no rumo certo”, poderão ser capturadas facilmente.

A enfermeira avaliou que o Ministério da Saúde tem de ser enfático nas informações sobre a campanha, a faixa etária e a importância de complementar o calendário básico, com a aplicação das três doses da vacina. “O enfoque da campanha tem de ser nesse sentido”. Ela destacou a necessidade de engajamento dos profissionais da área de ginecologia . “A gente vai ter que pensar nas estratégias, para não perder essa população. Tem que haver um compromisso muito grande no registro dessa população, para que a gente possa buscá-la no futuro”.

Em Goiás, já foram implementadas parcerias entre as secretarias estaduais de Saúde e Educação e as escolas privadas da capital e do estado, visando à campanha de prevenção contra o HPV. Foi elaborado material para divulgação na imprensa e estão sendo capacitados técnicos dos 246 municípios e das regionais de Saúde. A gerente de Imunizações do estado, Clécia Vecci Menezes, informou que  estão sendo buscadas parcerias com outros setores da sociedade civil .

Segundo ela, não há, até o momento, manifestações de resistência de pais e responsáveis  à imunização. “Nas escolas, todos estão bastante empolgados com essa vacina. Eles acham que é  uma vacina bastante importante para essa faixa etária”.

Edição: Graça Adjuto

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