Sabesp cogita pela primeira vez rodízio de água em São Paulo
Um documento divulgado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) cita oficialmente, pela primeira vez, a possibilidade de um rodízio de água este ano na região metropolitana de São Paulo. Metade dessas cidades são abastecidas pelo Sistema da Cantareira que hoje (9) registrou mais novo recorde negativo: o nível baixou de 12,7% para 12,5%.
O Relatório Anual de Sustentabilidade de 2013, publicado no final do mês passado, afirma que medidas drásticas poderão ser tomadas. “Se as chuvas não retornarem a índices adequados e, consequentemente, os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos, poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de água”.
O documento sugere que a escassez hídrica da Cantareira está relacionada à estiagem e ao baixo volume de água armazenado. “A seca se agravou no final de 2013 e início de 2014, com as precipitações bem abaixo da média histórica, resultando em uma redução do nível dos reservatórios durante a estação das chuvas, entre outubro e março, no Sistema Cantareira”, informa o texto.
Um inquérito civil do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aberto esta semana vai apurar se houve erros de gestão da Sabesp. Há suspeita de falhas na precaução contra as adversidades climáticas. O contrato de outorga vence no próximo dia 5 de agosto e sua renovação é vista com cautela por parte da Agência Nacional de Águas (ANA). Na portaria sobre a atual outorga, emitida em 2004 pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) do estado, consta que a Sabesp deveria providenciar estudos e projetos para reduzir a dependência do Sistema Cantareira e garantir o abastecimento.
A assessoria de imprensa da Sabesp informou que está elaborando nota para comentar o assunto.