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Professores grevistas continuam acampados em frente à prefeitura de São Paulo

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 02/06/2014 - 15:01
São Paulo

Profissionais da educação municipal de São Paulo, que estão em greve há 40 dias, permanecem acampados, desde sexta-feira (3), em frente à sede da prefeitura. Eles reivindicam valorização dos profissionais, melhor atenção à saúde dos trabalhadores, segurança nas escolas, redução do número de alunos por sala de aula e aumento salarial.

De acordo com Cláudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Municipal de São Paulo, as negociações foram insatisfatórias. Segundo ele, a prefeitura ofereceu uma remuneração de abono complementar de piso salarial. A proposta eleva em 15,38% o salário de 16 mil dos 94 mil profissionais do município. Os grevistas reivindicam que sejam acrescentados ao salário 30,76% ou que o abono seja transformado em incorporação a todos os salários.

“A prefeitura não deu resposta sobre a redução da quantidade de alunos por turma, a garantia de 15 minutos de intervalo para professores de educação infantil e ações efetivas na segurança”, reclamou Cláudio.

Já a assessoria de imprensa da prefeitura informou que foram aceitas as duas principais reivindicações da categoria. “A administração municipal já concedeu um reajuste de 13,43% para todos os profissionais da educação neste ano, incluindo aposentados. Com isso, desde 2013, o reajuste salarial da categoria já soma 26%. A prefeitura apresentou um projeto de lei à Câmara Municipal que oferece um abono salarial para todos os funcionários do quadro dos profissionais de educação que não recebem o piso. O projeto foi aprovado pela Câmara na primeira votação e elevará para R$ 3 mil o salário dos professores com jornada de 40 horas semanais e para os professores de educação infantil”, diz a nota.

Os professores marcaram para amanhã (3) uma assembleia, às 15h, em frente à Câmara Municipal, para decidir se continuam com a greve. De acordo com o sindicato, 70% profissionais permanecem parados em período de assembleia, percentual que cai para 40% fora desse período.

Luana Nascimento Gomes trabalha como coordenadora educacional há três anos em uma escola de ensino fundamental na região do M'Boi Mirim, zona sul de São Paulo. Segundo ela, os 900 alunos com idade entre 6 e 14 anos, em dois turnos, enfrentam muitos problemas.

“As dificuldades aqui são enormes, porque a gente tem um prédio que, apesar de novo, foi mal construído. Nós tivemos problemas de vazamentos na escola, que foi inundada. Tem o problema de segurança, a escola fica no bairro São Luís, que tem uma violência muito grande. Tem vandalismo, vidros são quebrados, gente que entra na escola para usar drogas. A nossa maior preocupação é que eles entram na hora em que as crianças estão lá”, desabafou.