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Vacinar gestante contra coqueluche protege o recém-nascido, diz especialista

Para a especialista Nilma Neves, a gestante imunizada produz
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/06/2014 - 06:13
Brasília
Laryssa Freire
© Wilson Dias

Aplicar a vacina contra a coqueluche em mulheres grávidas, sobretudo entre a 27ª e a 35ª semana de gestação, ajuda a proteger o recém-nascido contra a doença. A orientação é da presidenta da Comissão de Vacinas da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Nilma Neves.

Em entrevista à Agência Brasil, ela explicou que a gestante, uma vez imunizada, produz anticorpos que são passados ao feto pela placenta, daí a decisão do Ministério da Saúde de incorporar, ainda este ano, a vacina tríplice acelular (DTPa), que protege contra o tétano, a difteria e a coqueluche, na rede pública.

Laryssa Freire

Laryssa Freire, 25 anos, não recebeu orientação em relação à prevenção da coqueluche quando estava grávidaWilson Dias/Agência Brasil

A especialista recomenda que as demais pessoas que têm contato frequente com o bebê, como pai, irmãos, avós e babá, também sejam imunizados, já que a doença é transmitida por meio da respiração e da fala.

Mesmo quem já recebeu a vacina quando criança deve ficar atento, uma vez que o prazo de validade é dez anos.

A estudante Laryssa Freire, 25 anos, não recebeu nenhum tipo de orientação em relação à prevenção da coqueluche quando estava grávida da primeira filha, Ana Luíza, hoje com 4 anos. A menina, aos 26 dias, apresentou febre e letargia. Chegou a ficar dez dias internada em uma unidade de terapia intensiva pediátrica.

“Ela já entrou entubada. Teve uma parada respiratória. Um raio X dos pulmões mostrava manchas. Na época, não houve diagnóstico fechado mas, durante o acompanhamento dela, os médicos suspeitaram que poderia ter sido coqueluche”, contou.

Já a especialista em turismo Virgínia Álvares, 35 anos, foi imunizada contra a doença quando estava com 33 semanas de gestação. “Minha obstetra me orientou e tudo o que ela me mandava fazer eu fazia. Ela chegou a me avisar que a vacina ainda não estava disponível na rede pública”, disse.

Virginia Alvares

Com orientação do obstetra, Virgínia Álvares, 35 anos, foi imunizada contra a doença quando estava com 33 semanas de gestaçãoWilson Dias/Agência Brasil

O bebê Artur, hoje com 1 mês e meio, está protegido da doença graças à imunização da mãe. Mesmo assim, Virgínia conta que não descuida: “Não saio com ele para locais de muita concentração como shoppings e festas. Só para a casa dos avós. Pelo menos até a primeira dose da vacina ser aplicada”.