Morre preso baleado em Pedrinhas e óbitos no presídio chegam a 15 neste ano

Publicado em 05/09/2014 - 10:36 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Um dos quatro presos feridos durante um tumulto no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, localizado em São Luís (MA), não resistiu e morreu na tarde dessa quinta-feira (4). Thiago Costa dos Santos, 25 anos, é o 15º detento a ser assassinado, neste ano, no interior do complexo - a maior unidade prisional do Maranhão.

Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), os demais presos feridos - Marcelo Brício Ferreira, Carlos Henrique Santos da Silva e Wagner dos Santos Lima – passam bem e já retornaram à unidade prisional. Inicialmente, a Sejap informou que apenas três presos e um monitor tinham ficado feridos, mas a informação foi corrigida ao longo do dia.

Funcionário de uma empresa terceirizada contratada pela secretaria, o monitor baleado por um preso durante a confusão foi submetido a uma cirurgia e passa bem.

As causas do tumulto ainda não estão esclarecidas. A confusão ocorreu no início da manhã desta quinta-feira (4), mas a situação logo se normalizou. Mesmo assim, agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar, do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop), além de agentes penitenciários e do Grupamento Tático Aéreo (GTA) foram enviados ao local e, após o fim do tumulto, revistaram todo o presídio.

O Complexo de Pedrinhas tem sido palco de constantes rebeliões, brigas e assassinatos de presos. O penúltimo homicídio ocorreu no último dia 27, no Centro de Triagem da penitenciária. Além disso, partiram do interior do complexo as ordens para que bandidos atacassem delegacias da região metropolitana da capital maranhense e ateassem fogo a ônibus, no início de janeiro deste ano. O episódio resultou na morte da menina Ana Clara Santos Souza, de 6 anos.

Na última quarta-feira (3), agentes penitenciários já haviam contido um início de rebelião em um dos presídios do complexo, o São Luís 2. Na segunda-feira (1º), um grupo de detentos se recusou a receber a comida fornecida pela administração penitenciária, ameaçando começar uma greve de fome caso suas reivindicações não fossem atendidas. E no último final de semana, a Sejap instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias em que o diretor do complexo, Salomão Mota, emprestou seu celular pessoal para que um preso telefonasse. O fato foi gravado em vídeo e tornado público em seguida. Segundo o delegado, o gesto foi um ato humanitário – o preso queria ligar para saber o estado de saúde de sua mãe, internada em estado grave – e necessário, já que os aparelhos convencionais da unidade estão quebrados.

Edição: Denise Griesinger

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