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Greve de garis continua e lixo se acumula em cidades da Grande São Paulo

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/03/2015 - 14:07
 - Atualizado em 26/03/2015 - 16:59
São Paulo

Com a greve dos garis, que já dura três dias, o lixo continua se acumulando em cidades da Grande São Paulo e do ABC paulista. A categoria pede aumento salarial de 11,73%, mas o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur) oferece 7,68% de reajuste.

Em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o sindicato patronal informou que os trabalhadores estão descumprindo a liminar determinando que 70% dos serviços de limpeza pública, coleta domiciliar e varrição de ruas devem ser mantidos. Em caso de descumprimento, a multa chega a R$ 100 mil por dia.

O presidente do Sindicato dos Empregados de Prestadoras de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção de Áreas Verde Públicas e Privadas do ABC (Siemaco), Roberto Alves, garantiu que a liminar está sendo cumprida. “Jamais iríamos descumprir uma decisão judicial. Na nossa avaliação, permanecem parados entre 25% e 30% da categoria.”

Na audiência da última terça-feira (24), a sindicato patronal rejeitou, pela segunda vez, a sugestão do desembargador Wilson Fernandes, de reajuste de 9,5%. Em nota, o TRT informou que não há previsão de uma nova reunião de conciliação. Além disso, o sindicato encaminhou à Justiça uma lista com os nomes das localidades onde a liminar estaria sendo descumprida.

“Hoje (26) e amanhã (27), o oficial de justiça irá aos locais indicados para verificar se a afirmação é verdadeira. Assim que houver um resultado, possivelmente na segunda-feira (30), o desembargador vai deliberar”, acrescentou a nota do TRT.

Segundo Roberto Alves, os trabalhadores farão nova assembleia somente quando houver nova proposta. “Aceitar 9,5% será uma decisão da assembleia. Qualquer proposta terá de ser passada para decisão dos trabalhadores.”

As cidades começam a sentir os reflexos da falta do serviço. De acordo com a Federação de Trabalhadores em Serviços, Asseio e Conservação Ambiental, Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo, 130 municípios são afetados pela paralisação.

De acordo com o Siemaco e a federação, entre as cidades em situação crítica estão as da região do ABC (exceto Rio Grande da Serra e São Bernardo do Campo), Piracicaba, Taboão da Serra, Guarulhos, Araçatuba, Osasco e Itanhaém.

Em nota, a prefeitura de Guarulhos informou que os trabalhos de coleta domiciliar de lixo não sofreram interrupção.

Em Diadema, a prefeitura usa apenas três caminhões para coleta de 230 toneladas de lixo. De acordo com representantes da prefeitura, os caminhões conseguem recolher apenas 8,4 milhões por dia. A prefeitura reclama que a liminar para garantir os 70% da manutenção do serviço não está sendo respeitada na cidade.

Em Cotia, os caminhões foram impedidos de sair da base operacional, e o serviço ficou prejudicado. A prefeitura pede que os moradores armazenem o lixo dentro de casa até que a coleta recomece.

Hoje, em Santo André, a Polícia Militar (PM) precisou intervir para que oito caminhões de coleta deixassem o aterro. Segundo a prefeitura, houve confronto e os caminhões de resíduos precisaram ser acompanhados pela escolta da Guarda Civil Municipal. A PM permanece no aterro da cidade.

Na cidade de Osasco, a prefeitura informou que estão mantidos os 70% exigidos pela liminar. Desde o início da paralisação, servidores municipais foram deslocados para ajudar no recolhimento de lixo. 

Matéria atualizada às 16h59 para inclusão do posicionamento da prefeitura de Guarulhos.