Conselho Nacional LGBT visita cidade cearense após denúncias de agressão

Publicado em 10/04/2015 - 21:35 Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil* - Brasília

A visita da comitiva do Conselho Nacional LGBT – que representa lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros – ao município de Itatira (CE) terminou hoje (10) após uma série de encontros. O Conselho Nacional LGBT é vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), e sua visita foi motivada por denúncias de violência de cunho homofóbico.

O município, de cerca de 20 mil habitantes, tem registrado, desde o início do ano, casos de apedrejamento a casas de homossexuais e travestis e de violência psicológica e ameaças de agressão física a essa população. De acordo com Jovanna da Silva, membro do conselho, a cidade, de forma geral, fica incomodada com o rótulo de “homofóbica”.

“Falamos com as vítimas, com homossexuais da comunidade, com adolescentes, estudantes e o Poder Público local, que assumiu o compromisso de algumas coisas. O prefeito nos informou que vai criar uma coordenação municipal de diversidade sexual. Percebi que a cidade está preocupada com esse rótulo de cidade homofófica”, disse Jovanna. Outra medida que mostra essa preocupação, segundo ela, é um projeto de lei que institui o Dia Municipal de Combate à Homofobia, em tramitação na Câmara de Vereadores.

Apesar de as denúncias de violência e preconceito refletirem uma imagem da cidade que “não é da forma que foi mostrado”, e de os conselheiros terem constatado que “vários homossexuais convivem bem lá”, de acordo com Jovanna, os casos de agressão são concretos. “As vítimas se sentem discriminadas”, explicou a conselheira. Ameaças, insultos e agressões físicas estão entre as denúncias que circulam na cidade.

Agora, o conselho prepara um relatório à SDH com suas impressões sobre a visita. A secretaria vai estudar providências de acordo com o relato. O documento pode ser encaminhado ao órgãoainda na próxima semana.

As denúncias de homofobia e de qualquer outra violação aos direitos humanos podem ser feitas pelo Disque 100. O serviço é gratuito e funciona sete dias por semana, durante 24 horas, incluindo domingos e feriados.

*Colaborou Pollyane Marques - Repórter do Radiojornalismo/EBC

Edição: Stênio Ribeiro

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