Manifestação no Rio termina de forma tranquila

Publicado em 12/04/2015 - 17:31 Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Diversos grupos protestam contra o governo na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Apesar das insatisfações com o governo e com a corrupção terem sido as principais motivações do protesto no Rio,  algumas das reivindicações eram diversas e por vezes antagônicasTomaz Silva/Agência Brasil

A manifestação contra a corrupção, mostrando a insatisfação com o governo federal e pedindo a renúncia da presidenta Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, neste domingo (12), dispersou-se por volta das 15h, de forma tranquila. A manifestação começou às 10h e foi organizada pelas redes sociais.

Apesar das insatisfações com o governo e com a corrupção terem sido as principais motivações do protesto, que ocorreu na orla de Copacabana, zona sul do Rio, algumas das reivindicações eram diversas e por vezes antagônicas.

Ao lado de um grupo que pedia a volta da ditadura militar no país, jovens do Movimento Revolucionário Socialista defendiam a tomada do poder pelos “reais representantes da classe trabalhadora”. Professor de filosofia, Daniel de Freitas, de 24 anos, explicou que desde 2013 o movimento faz campanha pelo voto nulo nas eleições. "Queremos um governo feito por organizações só de trabalhadores: sindicatos, partidos criados pelos trabalhadores, organizações sociais. Sem a presença de empresários", declarou.

Diversos grupos protestam contra o governo na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A manifestação no Rio dispersou-se por volta das 15h, sem grandes incidentesTomaz Silva/Agência Brasil

Um grupo de ex-funcionários da Varig exigia o pagamento de indenizações aos cerca de 10 mil demitidos e aposentados da extinta companhia aérea. "O problema começou no governo de Fernando Henrique Cardoso, mas esperamos que a justiça se faça no governo petista, pois são eles que estão no poder", disse a ex-comissária de voo da companhia Daise Amorim Mattos.

O publicitário Fernando Campos, de 46 anos, pedia uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Não podemos ter um banco tão importante para o fomento público sem transparência sobre seus financiamentos. Isso se tornou uma caixa-preta. O BNDES está financiando o aparelhamento do Estado brasileiro", declarou ele, que é integrante do Movimento Vem pra Rua, um dos organizadores da manifestação. "No começo, o movimento era uma pouco mais difuso, agora está amadurecendo e ganhando reivindicações concretas."

Policiais federais se organizaram no ato em prol da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 412, que determina mais autonomia financeira, administrativa e funcional à instituição para investigar casos de corrupção. Grupos pediam a diminuição do número de ministérios do governo federal, que hoje é 38.

Os organizadores do evento estimaram que cerca de 20 mil pessoas participaram do ato. No total, 800 policiais militares – dos batalhões de Botafogo, do Méier, de São Cristóvão, do centro, da Tijuca, de Olaria, da Ilha do Governador, de Copacabana, da Maré e do Leblon – acompanharam a marcha. A Polícia Militar não divulgou uma estimativa oficial do número de manifestantes.

*Matéria alterada às 17h50 para esclarecer o número de policiais militares que acompanharam marcha.

 



Protesto contra o governo em Copacabana

Edição: Fábio Massalli

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