Trabalhadores protestam no centro do Rio contra projeto de terceirização

Publicado em 15/04/2015 - 18:06 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Diversas organizações sociais e sindicais fazem manifestação na Cinelândia, centro do Rio, contra o Projeto de Lei 4.330/2004, que regulamenta o sistema de terceirização (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Manifestação contra o Projeto de Lei 4.330/2004, que regulamenta o sistema de terceirização, começou na CinelândiaTomaz Silva/Agência Brasil

Centenas de trabalhadores, ligados a diversas centrais sindicais, protestam, desde as 16h, contra o Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, conhecido como a Lei da Terceirização. Os manifestantes iniciaram o ato na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal, com o apoio de um carro de som.

O presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio e Espírito Santo, Nilton Damião Esperança, alertou para a precarização do trabalho, principalmente no setor bancário, que ele representa, se o projeto for aprovado e sancionado. "Se virar lei, o projeto vai precarizar o serviço, contratando trabalhadores com salários mais baixos e com menos direitos. Se passar no Senado, vamos pressionar a presidenta Dilma para que ela vete esse projeto", disse Nilton.

A terceirização também preocupa o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do Município do Rio, Alexandre Loyola. "Os terceirizados recebem de 30% a 40% a menos e não têm direitos básicos garantidos, como plano de saúde. Se a lei passar, vai permitir a quarteirização, o que vai acabar gerando perda de qualidade para a própria empresa", disse Loyola.

O projeto de lei tambem foi criticado pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Casa da Moeda, Aluizio Júnior. Para ele, apesar de os empregados públicos não estarem sendo diretamente atingidos, com a aprovação de emenda que retira as empresas públicas do alcance do projeto, o momento é de união de todos os trabalhadores brasileiros. "É um retrocesso no direito dos trabalhadores. Vai enriquecer o empresário atravessador de mão de obra. Esses deputados não se elegeram prometendo isso. O que aconteceu na Câmara foi uma fraude eleitoral", disse Aluizio.

A presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Paula Máiran, também criticou o PL. "Se o projeto virar lei, será o equivalente a rasgar a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. No caso dos jornalistas, o quadro será tenebroso, pois os patrões já violam os direitos dos trabalhadores e aí nem na Justiça poderemos ingressar para garantir os nossos direitos", disse Máiran.

O objetivo dos manifestantes é seguir em passeata até a frente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), onde pretendem fazer um enterro simbólico da Carteira de Trabalho. Um boneco representando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi "velado" em frente à Câmara Municipal, com lápide e vela.



Trabalhadores protestam no Rio contra as terceirizações

Edição: Fábio Massalli

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