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Reunião com trabalhadores da Fundação Casa termina sem acordo

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/05/2015 - 17:25
São Paulo

Terminou sem acordo mais uma negociação entre os trabalhadores da Fundação Casa, que estão em estado de greve, e representantes do órgão estadual, responsável pela aplicação de medidas socioeducativas de internação e semiliberdade. A audiência de conciliação ocorreu hoje (14) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. Nova rodada foi marcada para segunda-feira (18), às 9h. O presidente do sindicato da categoria, Aldo Damião, destacou que foi possível avançar em cláusulas sociais na reunião desta manhã.

“Conseguimos, por exemplo, um abono no horário de serviço para quem faz 40 horas”, afirmou. Os servidores concordaram com a proposta do desembargador Francisco Ferreira Neto, que acrescenta 2,33% à proposta de reajuste do governo estadual, que é 6,65%, informou o Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família (Sitraemfa). Além disso, os funcionários já haviam concordado em suspender a greve que durou cinco dias, entre 7 e 11 de maio, para continuar em negociação. Mas eles permanecem em estado de greve até que seja feito um acordo.

“Foi proposto esse acréscimo [2,23%] a partir de agosto e os 6,65% retroativo à data-base, que é março”, explicou Damião. O total de reajuste, portanto, seria 8,98%. Inicialmente, os trabalhadores pediam 28%. Segundo o presidente do sindicato, o percentual correspondia à correção da inflação e da perda salarial e ainda um reajuste real. O tribunal propôs que não fossem aplicadas medidas punitivas em relação aos grevistas e sugeriu que os vales-refeição e alimentação fossem reajustados em 12,5%. O órgão negou as propostas, mas os representantes ficaram de conversar com o governo.

O sindicato reivindica também soluções de problemas como superlotação nas unidades, falta de funcionários e de segurança. Na tarde de hoje (14), a unidade Vila Leopoldina da Fundação Casa teve uma rebelião que durou cerca de três horas. Durante o tumulto, 14 funcionários foram feitos reféns e quatro tiveram ferimentos leves. O órgão não informou se foram apresentadas reivindicações pelos internos ou os motivos do motim.

Em relação à greve, a Fundação Casa informou, por meio de nota, que “o atendimento aos adolescentes nos 148 centros socioeducativos se mantém dentro da rotina, sem prejuízo às atividades pedagógicas, ao atendimento de saúde e psicossocial e à alimentação e higiene, assim como a visitação dos familiares”.